sábado, 26 de fevereiro de 2011

Cinema é representação. Nem mesmo o documentário é de total realidade


Podemos definir o que é Cinema em muitas coisas. A “sétima arte” pode ser: emoção, conhecimento, ação, vida, arte, imagem, representação da realidade, ficção, história/narrativa, linguagem, etc. Mas o que mais caracteriza a fascinante maravilha do mundo são a indústria, instituição e representação.

A primeira se remete ao desenvolvimento, pela burguesia em ascensão do século XIX, de novas máquinas que puderam registrar os momentos das pessoas. Diferente da fotografia, que registrava apenas os instantes, o cinema fascinou mais ainda por trazer a novidade das imagens em movimento. Parecia coisa viva, real. Sabendo disso, os criadores perceberam que poderiam ganhar muito dinheiro com a invenção. Foi criada então a indústria do cinema com o controle da produção e de estúdios de posse dos burgueses, primeiro como entretenimento, comunicação e diversão. 

Depois o cinema serviu como um aliado a ideologia dos políticos. Estes aproveitaram a força do novo meio de massa para legitimar seus regimes por meio do marketing. O cinema se constituiria como construtor e consolidador de instituições. Exemplos disso: a contratação de uma cineasta por Hitler para registrar os momentos de seus inflamados discursos, suas vitórias na segunda guerra; o cinema soviético e americano criados na guerra fria com seus respectivos estilos de vida para provar quem era melhor, e tantos outros. Até os dias de hoje o cinema serve como ideologia com as mesmas intenções já citadas, basta ver o cinema de Hollywood que até vende a idéia ser o melhor cinema, para ser mais assistido e chegar a seu fim último, fazer do resto do mundo o modelo norte-americano.

E por último, cinema é representação. Em cinema não existe realidade. Esta é vendida, dita como tal. Na verdade, realidade é algo muito subjetivo, cada pessoa tem uma forma de ver uma imagem, de ver movimento, de enxergar e vivenciar as relações sociais. Portanto numa única tela não é possível captar todos os tipos de olhares de uma realidade, devido a diversidade que existem de seres humanos. A própria imagem que está na tela é uma visão de apenas uma pessoa. 

Sem falar na diferença do real e imaginário, na imagem em si. Um trem chegando à estação filmada de tal forma que o trem aparecia vindo de longe e enchendo a tela a medida que chegava mais perto. O público levou um susto! Todos já haviam visto um trem em movimento, a novidade com certeza não consistia no movimento. Todos também sabiam que não haviam trem na tela, a imagem era preto-e-branco, sem som (a primeira forma do cinema foi o mudo). Portanto não havia dúvidas de que não se tratava de um trem de verdade. Só podia ser uma ilusão. E aí que reside a novidade: a ilusão do real, a impressão da realidade.

Todas as artes 
1ª - Música (som)
2ª - Dança (movimento)
3ª - Pintura (cor)
4ª - Escultura (volume)
5ª - Teatro (representação)
6ª - Literatura (palavra)
7ª - Cinema (integra as anteriores mais a arte digital)




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