terça-feira, 20 de setembro de 2011

Soberania Intelectual

Por José Marques de Melo

As ciências sociais ganharam legitimidade internacional no processo de descolonização supervisionado pela ONU na conjuntura posterior à derrota do nazi-fascismo na Batalha de Stalingrado. A valorização da democracia política como sustentáculo do desenvolvimento econômico conferiu papel crucial aos meios de comunicação de massa. Por isso, a Unesco introduziu a criação de uma comunidade mundial dos cientistas da comunicação da mesma maneira que procedera nas disciplinas de economia, sociologia, política e antropologia.

Embora desencadeado em 1949, o processo de constituição do espaço acadêmico mundial da comunicação somente ganhou força a partir de 1957, quando foi fundada a International Association for Mass Communication Research (IAMCR). Sob hegemonia franco-americana, a nova associação internacional de pesquisa de comunicação de massa foi respaldada por um conjunto de países do bloco capitalista – especialmente a Inglaterra e a Itália – e do bloco comunista – URSS à frente, acolitada pela Polônia e pela Hungria – e legitimada por Países de Terceiro Mundo – entre eles, o Brasil. Essa entidade cresceu sob a tensão da guerra fria, mantendo um equilíbrio político entre as forças em disputa epistemológica.

Todavia, depois da queda do muro de Berlim, as relações de poder nessa comunidade vêm se inclinando significativamente para uma espécie de unipolaridade, que deixou de ser geopolítica para se tornar geocultural. Em decorrência, as matrizes que configuram o pensamento anglo-americano tornaram-se dominantes no mundo globalizado, enfraquecendo a multipolaridade avalizada pelas agências da ONU.

Essa transformação do campo comunicacional em espaço anglófono vem se dando principalmente pela inércia dos países pertencentes a outros agrupamentos geoculturais, que assimilam e reproduzem as matrizes do pensamento anglófono, pouco a pouco legitimado como “pensamento único”.

Iniciativas como a dos países nórdicos, aglutinados pelo Nordicom, mostram-se positivas, suscitando o lançamento de ofensas do gênero. Inspiradas nessa bem-sucedida experiência, as lideranças ibero-americanas assinaram o Protocolo de Guadalajara (2007), que criou condições para o Pacto da Ilha da Madeira (2009), etapa decisiva para a criação de uma comunidade internacional que pode fincar a bandeira ibero-americana no espaço mundial das ciências da comunicação. Nesse sentido, o Congresso Mundial de São Paulo (2011), realizado no Campus da USP na primeira semana de agosto, conotou perspectivas alvissareiras.

A adesão de 500 participantes, selecionados criteriosamente num universo de quase mil resumos inscritos, confirmou que estamos no caminho certo. Vale a pena prosseguir nessa batalha para afirmar nossa soberania intelectual, evitando que a identidade cultural amalgamada pela mestiçagem ibero-americana seja dissolvida gradativamente nas malhas da “aldeia global”.

domingo, 18 de setembro de 2011

Vergonha!Vídeo detalha maracutaia entre Fortaleza e CRB pela Série C



No último sábado (17), jogando pela Serie C, Fortaleza e CRB protagonizaram o mais novo vexame do futebol brasileiro. Para não ser rebaixado para a série D, jogadores do Fortaleza passaram quase 10 minutos no vestiário para saber o resultado do jogo do Guarani-CE e precisavam também de saldo de gols, quatro no total. Não é que a partida terminou 4 a 0 para o Fortaleza? 

Primeiro o juiz expulsou o goleiro do CRB, como o time rubro já tinha feito as três substituições um jogador da linha teve que ir para o gol.

Depois,os dois últimos gols saíram em cinco minutos.

Para piorar, o vídeo acima reúne provas de que houve manipulação do resultado. O atacante do Fortaleza, Carlinhos Bala, é visto apontando para o zagueiro adversário dizendo que “só falta um”. Outro jogador do CRB mandou abrir. E por fim, o massagista do Fortaleza correndo em direção ao goleiro do CRB para falar alguma coisa.

O maior prejudicado nisso tudo foi o Campinense-PB, rebaixado para a Série D. A atitude vergonhosa deve ser investigada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que CRB, Fortaleza, juiz e diretores das duas equipes sejam indiciados. Se confirmado o esquema, cabe o rebaixamento das equipes envolvidas e outras punições.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Inventor da Lambreta era jogador do Sport


Quase ninguém sabe que o drible que o atacante Leandro Damião deu no seu marcador no jogo contra a Argentina foi “inventado” por um jogador do Sport Club do Recife ainda na década de 50. O ponta-direita Carlinhos Ramos Leal é o autor da primeira “carretilha”, “lambreta” que se tem notícia na história do futebol mundial. 
No início dos anos 50, Náutico e Sport se enfrentaram nos Aflitos pelo Campeonato Pernambucano. “Apertado” pela marcação do lateral esquerdo Jaminho bem próximo à bandeirinha do escanteio, Carlinhos prendeu a bola entre os pés jogando-a por cima da própria cabeça e do excelente jogador alvirrubro. Um lance inusitado, de genialidade pura, conforme relatou o jornalista Hélio Pinto no Diário da Noite àquela época.  
Assim como a jogada de Leandro Damião, a de Carlinhos também terminou em um chute na trave. Quando a bola saiu, o árbitro da partida fez questão de cumprimentar o camisa sete do Leão, que possuía apenas 20 e poucos anos. As duas torcidas aplaudiram. Infelizmente, a televisão só chegaria anos depois e cabe a nós apenas imaginar ou ouvir os relatos dos mais antigos de como foi o lance que trouxe o Estádio dos Aflitos abaixo.
A carreira de Carlinhos foi curta, durou cerca de seis anos apenas. Tempo suficiente para atuar ainda pela Seleção Pernambucana e ser o primeiro jogador do Norte-Nordeste a ser chamado para jogar fora do Brasil. Como naquela época o esporte não oferecia salários grandiosos como hoje, o olindense Carlinhos, irmão de Jaime, Otávio, Marly e Fernando abandonou a bola para estudar Farmácia. Ele faleceu em 1995, aos 62 anos.

Repórter negociou com membro do PCC,evitando rebelião em presídio

O Repórter do Novo Jornal,de Natal,Anderson Barbosa, negociou no presídio de Alcaçuz na última quinta-feira (15) com um membro do PCC que reivindicava alimentação de qualidade e abertura de visita íntima, já que os agentes penitenciários fizeram isso por quererem entrar em greve contra o estado por melhores condições de trabalho. Obtido sucesso na negociação, o repórter foi responsável por evitar uma rebelião.

Confira o excelente texto e como foi a conversa entre o Repórter e o bandido:

João Maria não é um apenado qualquer. Condenado por tráfico de drogas, ele tornou-se hospede de Alcaçuz há oito meses. Esta é sua segunda estadia. Tinha sido posto em liberdade no ano passado para cumprir o regime semiaberto, mas como largou mão do benefício, foi preso novamente. João Maria agora é famoso. João Maria liderou a rebelião em Alcaçuz. João Maria negociou a saída das 54 mulheres que dormiram no presídio. 

João Maria é interno do pavilhão 1. Lá estão alguns dos criminosos mais perigosos do estado. É naquela ala onde as leis de Alcaçuz são discutidas. É no pavilhão 1 onde come e dorme a célula do PCC no Rio Grande do Norte. João Maria é do PCC. “Aqui todo mundo é irmão. Todo mundo é do PCC”, afirmou ele, todo gabola.

Quando o telefone tocou, eu não sabia quem era do outro lado da linha. Porém, ao final desta história, vou revelar que duas coisas ficaram gravadas depois desta ligação surpresa. Uma delas vai desaparecer. Não tenho dúvida que vai. A outra, tenho certeza que ninguém apagará. 

João Maria:
 Aqui a situação tá feia. Vai ficar pior se a governadora não vier negociar com nós. Queremos Rosalba e o corregedor. Avisa pro diretor (major Marco Lisboa) que tem gente aqui que vai morrer. Se não atenderem nossas reivindicações, vamos mandar um aviso pra eles verem que aqui ninguém tá de brincadeira.

Repórter: Quem vai morrer? Vocês vão matar quem? Que papo é esse? Vocês vão matar as próprias mulheres de vocês? 

João Maria: Não. Aqui ninguém vai machucar a mulher de ninguém. Mas tem preso aqui que merece morrer. 

Repórter:
 Essas mulheres estão aí fazendo o que? O que vocês querem pra soltá-las?

João Maria: Elas estão aqui porque querem, pra ajudar a gente. Mas só vão sair quando a governadora prometer que a nossa situação vai melhorar. Por que não deixaram a nossa comida entrar? 

Repórter: Os agentes penitenciários proibiram. Eles dizem que comida, material de higiene e limpeza é o Estado que tem de fornecer. 

João Maria:
 Essa porcaria que dão pra gente nem cachorro come. Aqui a gente passa fome. Tem preso doente por causa dessa comida estragada. Vem você comer essa merda. Quero ver a governadora e o secretário comerem essa merda.

Repórter: Fica calmo. Tô indo pra Alcaçuz. Quem é que tá no comando aí? 

João Maria:
 Quem manda aqui é o PCC. Aqui todo mundo é irmão. Todo mundo é o PCC. Venha que a gente quer a imprensa aqui. Com vocês aqui, a polícia não faz nada com a gente. Se não tiver imprensa aqui, eles vão invadir. Vai ter morte, tô avisando.

Repórter:
 Espera que eu tô chagando. Quando eu estiver aí, ligo de volta. Deixa o telefone ligado. Quem te deu o telefone que você tá usando?

João Maria: Você sabe que visita não entra com celular. Quem entra com telefone são os agentes. É só pagar que você recebe.

Repórter: Quem são os agentes? Quanto custa o telefone?

João Maria: Sou burro não. Se disser o nome deles eu morro. O telefone custa mil reais. 

Repórter: Ficou caro, né? Ano passado um colega seu disse que valia uns R$ 200 ou R$ 300, no máximo. 

João Maria: Por este valor você não compra nem o chip. 

Repórter:
 Vou desligar. Quando chegar aí eu ligo. 

A reportagem deixou a redação do NOVO JORNAL, no bairro da Ribeira, por volta das R$ 7h. Até Alcaçuz, em Nísia Floresta, em função da chuva e do trânsito lento, o percurso demorou quase uma hora. E logo na entrada da penitenciária, ficou nítido que havia algo errado. 

Estranhamente, apenas os agentes penitenciários estavam no rol de entrada de Alcaçuz. Dez ao todo. Apenas dez homens para tomar conta de mais de 700 presos. No presídio a Polícia Militar fica do lado de fora, fazendo a guarda externa. Dentro, só os agentes penitenciários. Apenas os dez.

Repórter: João, aqui só tem agente penitenciário. O diretor (major Marcos Lisboa) não está aqui. Nem o coordenador (José Olímpio). 

João Maria: Cadê você? Aparece aí no portão pra eu ver. 

Repórter:
 Tô aqui. Tá vendo? Acena aí pra eu te ver.

João Maria: Tô aqui. Tá vendo bandeira do PCC. Vou balançar pra você ver.

Repórter: Balança pro fotógrafo fazer a foto. 

João Maria: Manda esse policial que dá do teu lado sair daí. 

Repórter: Aqui não tem PM. Só tem agente penitenciário.

João Maria: Esse que tá aí, do teu lado. Manda ele sair.

Repórter: É o Ney Douglas, meu fotógrafo. Essa capa verde é de chuva. Se molhar a câmera não tem foto.

João Maria: (depois de gargalhar) Cara, ele parece um PM. E cadê o secretário? Cadê a governadora? 

Repórter:
 João, a governadora não vem. Você me disse que não é burro. Você acha mesmo que a governadora vai se curvar pra preso? Ela é a governadora do estado. Já liguei para o secretário Thiago Cortez (Sejuc) e ele disse que também não vem. Mas a imprensa tá aqui. É só você exigir a nossa presença e nós vamos conversar. Tá certo assim?

João Maria:
 Então liga pra Wellington (o vice-diretor). Aí você entra com ele e a gente negocia.

Repórter: Eu não negocio nada. Posso ir com ele pra você ver que estamos aqui pra resolver sem precisar a polícia entrar. Não é isso que você quer? Você me ajuda que eu te ajudo. Fechado?

João Maria: Eu vou dar 15 minutos pro Wellington chegar. Se ele não aparecer vamos mandar um aviso. Quem é que tá na chefia aí? 

Repórter: Aqui só tem agente penitenciário. O chefe da equipe é o Eduardo. Vou passar pra ele. Não desliga.

Neste momento o agente Eduardo Júnior, chefe da equipe, pega o telefone da reportagem e conversa com João Maria. Dois minutos de conversa foi tempo suficiente para o agente garantir ao preso que não haveria represália. “Da minha parte você pode ficar tranquilo. Wellington já tá vindo pra cá. Quando ele chegar vocês conversam. As mulheres saem e tudo fica numa boa. Pode confiar que ninguém vai sofrer nada”, disse Eduardo, devolvendo o telefone ao repórter. 

Repórter: Tá vendo João. Tá limpeza. Deixa as mulheres saírem.

João Maria: Só quando eu falar com Wellington. Ele tem que voltar pra direção. Ele a gente respeita. Esse diretor que tá aí (major Lisboa) só faz humilhar a gente. 

Repórter:
 João, espera aí que o carro de Wellington tá chegando. Acho que é ele. Não desliga que vou passar o telefone pra ele. Não desliga.
Wellington entrou em Alcaçuz por volta das 8h20. Naquele exato instante, já fazia praticamente 24 horas que as mulheres estavam dentro do presídio. 

Repórter: Wellington, tem um preso aqui na linha querendo falar com você. Ele disse que só negocia com o senhor.

Wellington Marques: É você João? Tenha calma que eu vou aí falar com você. Vai sim, a imprensa vai sim. Anderson tá aqui do meu lado e vai também. Tô entrando. 

Portões abertos, o vice-diretor caminhou em direção ao pavilhão 1. Do rol de entrada até o portão que dá acesso ao pavilhão, são quase 200 metros. Wellington seguia na frente, com os agentes penitenciários armados logo atrás. Na cola deles, naquele momento, toda a imprensa. Além do NOVO JORNAL, jornalistas da TV Cabugi, Ponta Negra, Tropical, Sim TV, Band, TV União, Diário de Natal, Tribuna do Norte, Jornal de Hoje, Portal BO e Nominuto.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Curso de Jornalismo da UFRN é um dos melhores do Nordeste


A habilitação de Jornalismo do Curso de Comunicação Social recebeu quatro estrelas na avaliação anual de cursos superiores realizada pelo Guia do Estudante da Editora Abril. Repetindo o bom desempenho do ano anterior, o resultado indica que o curso do DECOM-UFRN é um dos melhores da região Nordeste.  A previsão é que a edição comece a circular no próximo mês nas bancas.

Jornalista é atropelada por ônibus na faixa de pedestre em Goiânia

Uma jornalista de 31 anos foi atropelada por um ônibus do Eixo Anhanguera na tarde desta quinta-feira (15), enquanto tentava atravessar a Avenida Anhanguera em uma faixa de pedestre próximo ao Terminal Praça da Bíblia, no Setor Leste Universitário, em Goiânia. De acordo com o sargento da PM Divino Bernardo, o motorista não realizou a parada obrigatória e acabou atingindo a vítima.
Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a mulher foi encaminhada para o Instituto Ortopédico de Goiânia (IOG) com fraturas no abdômen e queimaduras de terceiro grau.
De acordo com a assessoria de imprensa da Metrobus Transporte Coletivo, empresa responsável pelos ônibus que fazem a linha do Eixo Anhanguera, uma equipe da administração acompanhará a vítima e os familiares durante toda a recuperação médica. A assessoria ainda informou que as causas do acidente serão investigadas e o veículo envolvido foi levado para a perícia.
Outro atropelamento
Também na tarde de quinta-feira (15), outra pessoa foi atropelada na capital. Um homem de 35 anos foi atingido por um carro enquanto atravessava a Avenida do Povo, na Vila Mutirão I. De acordo com testemunhas, a vítima sofreu ferimentos nas pernas e foi para casa antes que o atendimento do Corpo de Bombeiros chegasse.

Tudo muda,nada muda

Olá contribuinte.Você sabia que pagou festinha em motel e o motorista da mulher do ex-ministro do Turismo,Pedro Novais?Ele foi demitido por Dilma mas pode continuar na política como se nada tivesse acontecido,simples assim.E o que esperar de um novo ministro que se chama Gastão e foi secretário de Roseana Sarney no Maranhão?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Histórico de Almir Pernambuquinho-jogador do Sport e seleção brasileira



Almir Morais de Albuquerque, o Almir Pernambuquinho, nascido a 28 de outubro de 1937 no Recife, falecido a 6 de fevereiro de 1973 no Rio de Janeiro-RJ, é considerado um dos mais talentosos e controvertidos jogadores da história do futebol nacional.

Jogador com enorme talento técnico, brigador e que tomava para si a responsabilidade de conquistar vitórias a qualquer custo, mesmo que para isto fosse necessário jogar sob os efeitos da anfetamina.

Entrou para o folclore do futebol brasileiro não apenas por suas jogadas geniais, ou por sua raça nas partidas, mas também por suas confusões dentro e fora de campo.


Em certa fase da carreira, foi chamado de "Pelé Branco", mas a alcunha que mais perfeitamente o descreve é de autoria do grande pernambucano Nelson Rodrigues: "Divino Delinquente".

Começou jogando pelas categorias de base do Sport. Em seu primeiro ato no futebol, resumiu o que viria a acontecer em toda sua carreira: conquistas e confusões. Não satisfeito apenas com a vitória que o tornou campeão pernambucano juvenil de 1955, ano do Cinquentenário do Sport, Almir vestiu as mãos com suas chuteiras e correu atrás de um torcedor alvirrubro, que o havia xingado durante toda a partida, até uma ponte próxima à Ilha do Retiro, onde enfim conseguiu surrá-lo.


Em 1956, jogou poucas partidas pela equipe principal do Sport, e logo chamou a atenção do Sudeste. Em pouco tempo, Almir estava demonstrando sua técnica naquela região, com a responsabilidade de manter a tradição rubro-negra de revelar grandes craques, sucedendo assim Ademir e Vavá.

No Sudeste, ganhou vários títulos, com destaque para os títulos da Taça Brasil de 1963 e 1964, Libertadores da América de 1963 e Mundial de Clubes de 1963. Nesta última conquista, teve a difícil missão de substituir Pelé:

"Eu peguei a camisa número 10 mais famosa do mundo e fiz uma promessa a mim mesmo: vou jogar por mim e pelo negão".

Acabou correspondendo à altura, inclusive cavando o penalty que gerou o gol do título. Não deixou, porém, de quebrar um jogador adversário.

Jogou um tempo na Argentina, pelo Boca Juniors, onde foi campeão argentino de 1962, título com pouca participação do craque devido às contusões. Mas não deixou de aprontar por lá também. Foi numa partida contra o Chacarita:
“No começo do segundo tempo armei uma briguinha, e queria levar uns dois ou três comigo. Mas o juiz errou, somente eu fui expulso. Fui deixando o campo debaixo de vaias. Minha sorte foi a burrice de um jogador do Chacarita, que começou a me ofender. Chamei-o e ele quis dar uma de valente. Foi ele chegar e receber uma bolacha na cara. Todo mundo brigou, dois jogadores deles foram expulsos e eu entrei no vestiário como herói. Acabamos ganhando”.

Teve ainda passagem na Itália, vestindo a camisa da Fiorentina e do Genoa.Pela Seleção Brasileira, foi pré-convocado para a Copa de 1958, mas fez corpo mole nos treinos para ser cortado:
“Seleção é coisa falsa. Os jogadores trocam porradas em seus times e aqui parece que nada aconteceu. Sou um homem que não aceita isso.”

Porém, apesar de sua antipatia pela Seleção, decidiu participar do Sul-Americano de 1959 (atual Copa América). Resultado: briga generalizada entre Brasil e Uruguai provocada, obviamente, pelo Pernambuquinho.

No total, jogou apenas 8 jogos pela Seleção, entre 1959 e 1960, marcando 2 gols e, claro, sendo expulso 1 vez.

Após parar de jogar, em 1973, acabou sendo assassinado com um tiro de revólver em uma briga, num bar de Copacabana. Acabava dessa forma a conturbada história do "Divino Delinquente".

“Quebrei a perna do Hélio, do América. Briguei com o time inteiro do Bangu na decisão do Campeonato Carioca de 1966. Paralisei o Milan num jogo em que o Santos se sagrou bicampeão mundial: dei um chega-pra-lá no Amarildo e chutei a cabeça do goleiro Balzarini. Agredi jogadores de outros times, briguei com tantos que até perdi a conta. Eu fui um marginal do futebol".

Vídeo do jogo Brasil x Uruguai pelo Sul-Americano de 1959 com participação de Almir Pernambuquinho:

Vídeo de uma das muitas brigas que Almir esteve envolvido:


Histórico de Vavá-jogador do Sport e Seleção Brasileira


Edvaldo Izídio Neto, o Vavá , pernambucano, nascido a 12 de novembro de 1934 em Lagoa dos Gatos, falecido a 19 de janeiro de 2002 no Rio de Janeiro-RJ, é considerado um dos maiores centroavantes da história do futebol brasileiro. 

O "Peito de Aço" ou "Leão da Copa" foi mais um craque de nível mundial revelado pelo rubro-negro da Praça da Bandeira. Iniciou sua carreira nas categoria de base do clube, sendo campeão pernambucano juvenil de 1949. 


Em 1951, pouco tinha jogado na equipe principal do Sport, mas já chamava a atenção de dirigentes sudestinos, que procuravam um jogador para substituir o grande Ademir. Naquele mesmo ano, aconteceria o inevitável, a saída do craque para o Sudeste.

Em clubes daquela região, Vavá faria uma bela carreira, assim como na Espanha, onde ganhou duas Copas do Rei (1959/1960 e 1960/1961) com a camisa do Atlético de Madrid. Contudo, foi através de suas apresentações na Seleção Brasileira que o centroavante rompedor foi elevado a um dos heróis do futebol nacional.


Já em 1952, recém-chegado ao Sudeste, defendeu a Seleção nas Olimpíadas de Helsinque, jogando 2 partidas e fazendo 1 gol. Na Seleção principal, estreou apenas em 1955. 

Em 1958, Vavá vivenciou seu primeiro momento de glória, com a conquista da Copa do Mundo, a primeira da história da Seleção. O pernambucano marcou 5 gols, sendo 2 deles na grande final, contra a Suécia, anfitriã da Copa.

O segundo grande momento da carreira de Vavá se deu 4 anos depois, com uma nova conquista da Copa do Mundo, desta vez no Chile. O craque foi um dos artilheiro da Copa de 62, com 4 gols marcados, ao lado de Garrincha, Flórián Albert (Hungria), Leonel Sánchez (Chile), Valentin Ivanov (URSS) e Dražan Jerković (Iugoslávia). Um destes gols foi marcado durante a final, contra a Tchecoslováquia, tornando-o o primeiro jogador a fazer gols em duas finais de Copa do Mundo. Depois de Vavá, apenas Pelé, Breitner (Alemanha) e Zidane (França) conseguiriam tal façanha.

Ao longo de sua carreira, Vavá vestiu a camisa canarinho 23 vezes, entre os anos de 55 e 64, e marcou 14 gols, 9 deles em Copas do Mundo. Porém, é importante observar que, durante seu auge, o artilheiro jogava na Espanha, o que o impediu diversas vezes de ser convocado para a Seleção. Sem este obstáculo, o bicampeão mundial poderia ter feito um estrago ainda maior... Quem sabe?

Gols de Vavá pela seleção: