Porem, ao considerarmos as questões socioeconômicas e de acesso a internet entre os dois países, poderemos prever o insucesso brasileiro de angariar votos nas eleições se não forem levadas em conta essas diferenças. Isso porque, diferentemente dos EUA, não temos uma população na sua maioria conectada a web. Para se ter uma idéia, apesar de sermos um dos maiores em acesso em internet no mundo graças ao nosso vasto território e contingente populacional, o uso é representado por uma concentração econômica e excludente, já que 35% dos 190 milhões de brasileiros usam a internet, e desses, apenas 16% a tem banda larga.Para se ter uma idéia, essa porcentagem da população que tem internet é menor do que na Argentina, Chile,Uruguai e Colômbia.Nos EUA, 70% da população norte americana tem acesso a internet, sendo dois terços desse número representa o número de pessoas que a usa de forma rápida.
Apesar do número ainda pequeno de acessos a internet no caso brasileiro para a maioria da população, os principais candidatos a presidência José Serra (PSDB), Dilma Roussef (PT) e Marina Silva (PV) criaram perfis pessoais na rede social de microblog Twitter, para divulgarem suas ações, como reuniões com aliados, convenções e estratégias de atuação, mas logicamente sem entrar muito em detalhes, já que o encontro destes perfis é fácil para quem sabe utilizar as ferramentas da atual febre virtual e dentre eles podem estar adversários. O Twitter acaba servindo de uso para profissionais da comunicação pesquisarem e divulgarem as ações destes candidatos no rádio e na TV; o que isso também não deixa de ser estratégia de marketing dos presidenciáveis a saberem da condição social do uso da internet no nosso país.
Portanto, o uso de redes sociais na internet por políticos só dará certo no Brasil caso os publicitários souberem identificar as diferenças que existem no contexto brasileiro em relação ao americano. E o conteúdo que deverá estar disponível terá de ter teor jornalístico, para que este espalhe aquele em sua convergência de mídias nas quais a maioria da população brasileira tenha acesso. Enquanto não houver políticas públicas de inclusão digital com internet a preço baixo e de banda larga, será assim. A internet continuará a produzir conteúdo para os outros meios mais acessíveis, pois se produzir para ela, será pouco visível no Brasil.
Notas:
A Finlândia é o país menos povoado da União Europeia e registra uma taxa de alfabetização de 99%. No país, os idiomas falados são o finlandês e o sueco. As autoridades finlandesas estimam que 96% da população já tenha acesso a internet.
Pela lei da Finlândia, todas as empresas de telecomunicação do país estarão obrigadas a oferecer o serviço à população.
2 – O arquipélago de Fernando de Noronha–PE terá internet Wi-Fi para todos que estiverem no local. Os moradores ao fazerem um cadastro, receberão uma senha. O mesmo vale para os turistas, assim que desembarcarem, receberão uma senha de acesso ainda no aeroporto.
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