Normalmente para o senso comum, um assunto qualquer é sinônimo de pauta. Mas a pauta não é um assunto, muito menos qualquer assunto. Pauta é o conjunto desses, que podem ser abordados diversos temas dentro da referência solicitada. Para um tema virar uma pauta, deve obedecer aos critérios jornalísticos de noticiabilidade que mechem com o consciente e inconsciente do ator social como: poder, dinheiro, trabalho, religião, amor, morte, educação, etc. Já esses critérios são medidos por valores que são: intensidade, proximidade, conseqüências.
É importante saber, tanto o cidadão quanto o jornalista, que a pauta é selecionada, legalmente ou ilegalmente, para ser debatida de acordo com o interesse e linha editorial do jornal. Legalmente quando o conjunto de assuntos obedece às circunstâncias do verdadeiro interesse público, independente de posição político-ideológica. A seleção ilegal da pauta advém de troca de favores entre os que querem se promover e algum tipo de recebimento de benefício por parte do dono do jornal.
Para elaborar uma boa pauta, esta deve conter, genericamente: informações prévias, telefones dos entrevistados, questionamentos, sugestões de perguntas e descrição de ações e de ambientes para dar veracidade aos fatos. As perguntas devem ser direcionadas a uma fonte que tenha autoridade no assunto referido pela pauta, explorando o declaratório como forma de garantir a “isenção” do repórter frente a fonte, delegando dessa forma a responsabilidade dessa fonte ao que está sendo dito.
A pauta no jornalismo moderno veio para organizar a redação e facilitar o fechamento para que o jornal não perca o status de indústria que ganhou recentemente. A rotina dos meios de comunicação começa e termina com a pauta. Primeiro servindo de orientação para o repórter fazer a matéria e por fim para facilitar o trabalho da edição na organização das matérias feitas.
Muitas vezes as pautas são feitas dentro da redação, movimentando no sentido vertical, de cima para baixo, partindo do dono do jornal, diretoria, editor, chefe de reportagem até chegar ao repórter. Mas não é tão difícil a pauta vir de fora da redação. Na rua é possível identificar com os fatos um número expressivo de assuntos que podem virar pauta e isso vem sendo usado por alguns veículos de comunicação. Também ultimamente os veículos em suas diversas plataformas pedem aos seus expectadores que mandem sugestões de pauta, que muitas vezes rende matérias e que é fruto do enxugamento das redações que limita a ida de profissionais à rua.
Por fim, é interessante que pautas mais complexas de cumprir por vários motivos como por exemplo tragédias, mortes macabras de difícil solução, corrupção na política etc. sejam executadas por repórteres mais experientes que tenham um repertório mais apurado para conseguir extrair os pontos mais importantes dos fatos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário