(Foto:Leandro Cunha) |
O espaço do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), campus Cidade Alta, em Natal, foi palco na última semana da Exposição de Arte e Tecnologia 10ª dimensão, que esse ano teve como tema Sistemas, Circuitos e Fluxos.
As obras foram feitas tanto por estudantes da instituição, quanto por especialistas do IFRN e de outras universidades. Diante de tanta dinâmica e criatividade não havia um espaço destinado à exposição, pois em toda parte do campus, o evento mereceu destaque.
Para se ter uma idéia, logo na entrada havia um rádio antigo colocado, sem lógica alguma, em cima de uma estátua. Esses mesmos aparelhos se espalhavam ao longo do local, fossem em banheiros, perto de escadarias ou até mesmo no chão. Os rádios tocavam músicas, mas se nos aproximássemos acontecia um ruído na freqüência, de intensidade variável ao movimento do nosso corpo. Logo percebi que se tratava de algo que fazia parte da exposição, que necessitava de nossa participação para funcionar. A invenção é do professor Ricardo Brazileiro, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Computador CP-200.TV de 14" como monitor (Foto:Leandro Cunha) |
Teve uma mostra de fotografias antigas dos alunos do antigo Cefet-RN (atual IFRN) desde a década de 1960, nas salas de aula, realizando experimentos, praticando esportes e recebendo prêmios. Um objeto que chamou bastante atenção foi um computador CP-200 da década de 1980, em que o monitor era uma TV de 14 polegadas.
A tecnologia mostrada trazia como proposta dos trabalhos envolvidos justamente a participação do público. Este, a partir do momento que interagiam com os itens, podiam interferir na dinâmica do objeto. A obra Vitalino, do aluno Jarbas Jácome, por exemplo, utilizava duas webcams fixadas em diagonal uma da outra para que suas projeções virtuais que encontravam-se na intersecção construísse um quadrado, também virtual. Esse quadrado se modifica quando colocamos nossas mãos no espaço em que se forma, e na medida em que as mechemos, podemos fazer virtualmente o objeto que desejarmos.
Outra invenção interessante foi do aluno Marvin Gainsbug, em que a televisão que ficava a frente mostrava todo o filtro de pesquisa dentro do que já havia sido citado no microblog Twitter quando o público falava num microfone qualquer palavra.
Mas o que mais impressionou mesmo foi a obra chamada Desluz. Era um cubo brilhoso que emitia uma luz vermelha e fazia um caixa de som vibrar quando o público aproximava um celular ou uma câmera digital. Segundo explicações, as vibrações e a luminosidade aconteciam por causa o movimento e ruídos da rua Augusta em São Paulo. O som não audível faz vibrar a caixa. Isso só possível por que há em São Paulo uma webcam instalada e que estava conectada a internet por um computador localizado no IFRN. Apesar de vibrar e ascender as luzes do cubo algumas vezes pela manhã, a pulsação da caixa e intensidade luminosa é maior a noite por causa que o bairro tem uma intensa vida boêmia com bares e boates.
O campo mais ligado a arte foi feito uma representação de objetos reais grandes por miniaturas em madeira, cera, papelão, papéis de jornal e outras coisas reutilizadas. Tinha um parque de diversões com roda gigante e carrossel feitos de ferro, papelão e madeira. Outra temática foi um curral, em que animais de cera eram colocados como se estivessem praticando seus movimentos diários de necessidades, como o encontro da comida e o descanso na mata. O cercamento aos animais foi feito com britas e pequenos pedaços de pau, mostrando o estilo de vida desses bichos. E por fim, a vida do pescador mostrada do ponto de vista da arte com a construção de pequenas canoas e jangadas, barcos feitos de isopor e outros que tinham como base um chinelo Havaiana, além dos que foram feitos com pedaços de coco.
(Foto:Leandro Cunha) |
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