Por Diario de Pernambuco - adaptado
Depois das suspeitas de enriquecimento irregular, com a compra de um apartamento milionário nos Jardins por R$ 6,6 milhões, agora o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, está envolvido em mais um negócio suspeito. Segundo a revista Veja publica em sua edição desta semana, Palocci reside num apartamento alugado e avaliado em R$ 4 milhões no luxuoso bairro de Moema, zona Sul de São Paulo, ao lado do Parque do Ibirapuera, mas cujos proprietários originais do imóvel confessam ter sido laranjas.
O apartamento pertence à Lion Franquia e Participações Ltda, mas está registrado no 14º Ofício de Registro de Imóveis de São Paulo em nome de dois sócios: Dayvini Costa Nunes, com 99,5% das cotas, e Filipe Garcia dos Santos, com 0,5%. O problema é que Filipe tem apenas 17 anos e só foi emancipado no ano passado, enquanto que Dayvini tem 23 anos, é representante comercial, mora nos fundos de um casabre na periferia de Mauá, no ABC paulista, e é ex-funcionário da prefeitura da cidade, administrada pelo petista Oswaldo Dias. Em entrevista à revista, Dayvini se declara um pobre "laranja".
Palocci paga aluguel desse apartamento onde mora há quatgro anos. Com 640 metros quadrados, o apartamento é de alto luxo. É ladeado por varandas, tem quatro suítes, três salas, duas lareiras, churrasqueira e muito luxo. Só o condomínio chega a R$ 4.600,00 e o IPTU é de R$ 2.300 por mês. Imobiliárias da região dizem que um aluguel no local custa em torno de R$ 15 mil mensais.
O problema é que o dono do imóvel, Dayvini Costa Nunes é um coitado. Já ganhou a vida como vendedor de uma loja de roupas e atualmente sobrevive transportando videogames com sua Saveiro, comprada em sessenta prestações. Deve R$ 400 a uma administradora de cartões de crédito e abandonou curso de Administração na faculdade por não conseguir pagar a mensalidade e até está sendo processado pela escola por não ter quitado o débito de R$ 3.200,00. Até seu telefone fixo e celular foram cortados por falta de pagamento. Tem um salário de R$ 700,00 e é sustentado pela mãe, uma professora da rede pública.
Dayvini não passa de um laranja, segundo a Veja, que o entrevistou esta semana em sua casa de 70 metros quadrados em Mauá.
— Estou surpreso com essa história. Nunca tive bem algum — disse Dayvini.
O nome dele começou a aparecer na escritório do imóvel onde Palocci mora em janeiro de 2008. Ele aparece como sendo beneficiário de uma hipoteca de R$ 233.450,00, que foi garantia para a compra do apartamento de Moema onde Palocci mora.
— Eu sou pobre. Como eles poderiam ainda me dever?
Em setembro de 2008, o imóvel de Dayvini foi transferido por doação para a Lion Franquia e Participações Ltda. NO dia 29 de dezembro do ano passado, quando Palocci já era tido como o principal ministro da presidente Dilma Rousseff, Dayvini assumiu 99,5% das cotas da Lion Franquia. Ele disse que jamais recebeu um centavo do aluguel de Palocci.
Depois dessa entrevista, Dayvini ligou para Veja na última sexta-feira, para mudar sua versão. Não negou que era "laranja" da Lion, mas afirmou que entrou no negócio para ajudar um parente.
— Eu quero tirar essas empresas do meu nome(...) Esse problema envolve pessoas com quem eu não tenho como brigar. Não tenho como bater de frente com o Palocci — disse o laranja à Veja.
Segundo a revista, a Lion usou endereços falsos em suas operações nos últimos três anos. A Lion diz ter recebido o apartamento de Gesmo Siqueira dos Santos, tio de Dayvini. Ele responde a 35 processos por fraudes em documentos, adulteração de combustível e sonegação fiscal.. Um empregada doméstica na casa dele, Rosailde Laranjeira da Silva, também foi usada como laranja em outras quatro empresas abertas por Siqueira Santos.
O outro sócio da Lion, Filipe Garcia dos Santos, forneceu ao cartório um endereço fictício no Paraná. A sede formal da Lion fica na cidade de Salto, a 100 kms da capital.
Palocci não respondeu à Veja como pagava os alugueis e nem dá explicações sobre os fatos levantados pela revista que mostram ser uma empresa de fachada a dona do imóvel.
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