segunda-feira, 31 de maio de 2010

A reforma do tamanho do jornal

    A coragem de se fazer uma reformulação num meio impresso, este que é alvo de discussão sobre seu fim ao dar espaço à tecnologia, soa como acreditável a função que exerce uma apuração detalhadamente responsável e de qualidade no Jornalismo. Com esse intuito, a Folha de São Paulo iniciou no domingo (24) sua mais nova reforma editorial e gráfica, que é realizada a cada 6 anos desde o início da década de 1980. A nova reforma da Folha busca entender as necessidades dos leitores contemporâneos, prometendo um jornal sintético e analítico, ou seja, sem textos densos e privilegiando imagens que “falam”, e, textos contextualizados e interpretados que aproximem a matéria da vida do leitor para que ele não se sinta tão distante do fato.




    A maior mudança é a reforma editorial. Depois de unir as redações do impresso com o online no mês de abril (primeiro veículo de comunicação a fazer isso no país), alguns cadernos surgiram e outros mudaram de nome, alem de ganharem novos colunistas. Novos, novíssimos. Um deles é João Montanaro de apenas 14 anos, ele levará traços de seu cartum sempre aos sábados fazendo charge política na página 2 do jornal, que já foi de Glauco (1957-2010) e no caderno folhinha a cada 15 dias. A trajetória do garoto começou cedo, quando tinha 6 anos João Montanaro começou a desenhar o Bob Esponja que via na TV e procurou se aconselhar com profissionais da área. Ele adiantou o que os leitores da Folha podem esperar. “podem esperar um desenho sujo, do jeito que a política brasileira é”.


Novo na forma – um tablóide


    A editoria de Esportes ganhará um novo espaço no jornal. Ela se apresentará em separado, como um segundo jornal, em forma de tablóide (cada página mede aproximadamente a metade do tamanho de um jornal standard (ou seja, cerca de 37,5cm x 60cm), as notícias são tratadas num formato mais curto e o número de ilustrações costuma ser maior do que o dos diários de formato tradicional.). Este será bem visual, com muitas fotos, valorizando as belas imagens que o esporte produz; alem de ter um texto também mais dinâmico, o que vai representar um desafio para o jornal que quer aliar o que já tem de bom, como investigação dos dirigentes esportivos nos bastidores, com textos mais vibrantes e despojados. Novidade também é na especialidade futebol. Durante as partidas será mostrado todo desenvolvimento tático de acordo com as variações do jogo, alem de fichas técnicas e resumos já característicos. E por falar em característica, o humor fará parte do tablóide de Esportes da Folha. O personagem de Caco Galhardo, Chico Bacon, quer ir à Copa de todo jeito, e contará sua saga diariamente de como conseguir seu objetivo. Às terças-feiras, uma nova coluna, "Los Gringos", trará textos de jornalistas estrangeiros, que ajudarão o leitor brasileiro a entender o que acontece nos principais centros do futebol mundial. Aos sábados, uma nova coluna será assinada pela jornalista portuguesa Rita Siza, que é correspondente em Washington do jornal lusitano "Público". Esses novos colunistas se juntarão aos “velhos” conhecidos colunistas de futebol da Folha Tostão, Juca Kfouri, Paulo Vinicius Coelho, José Geraldo Couto e Xico Sá.


Eles mudaram de nome


    O caderno “Brasil” agora se chama “Poder”, porem os temas abordados se manterão, com coberturas do poder Executivo, Legislativo e Judiciário, seja assuntos ligados a religião, movimentos sociais e sociedade civil. As eleições desse ano, por exemplo, fugirá do senso comum de apenas mostrar os candidatos e seus discursos, pois serão analisados de acordo com as promessas de cada um, o“promessômetro” e o “mentirômetro” serão colocados para avaliar e medir as imprecisões dos discursos políticos. "A cobertura será mais voltada à análise dos discursos dos candidatos, antecipando estratégias, esmiuçando propostas e verificando sua viabilidade e haverá menos espaço para a reprodução pura das declarações dos candidatos”, disse Vera Magalhães, editora de Poder. Já a nova colunista da editoria, a global Fernanda Torres, se juntará a Kennedy Alencar, Gilberto Dimenstein e Eliane Gantanhêde no caderno.

    O Mais!, que circulou durante 18 anos, dará lugar ao Ilustríssima. Este novo caderno falará sobre Ciência e Cultura numa linguagem entendível, sempre aos domingos. Textos de ficção, poesia, dramaturgia, ensaios, cartum e quadrinhos também vão compor o cardápio semanal acerca dos dois principais assuntos. Na área de ciência, o repórter especial Marcelo Leite fará resenhas e reportagens. Na área de cultura será dada oportunidade a experimentação visual e Contará com a participação de artistas plásticos, especialmente convidados.O artista J. Miguel faz a xilogravura para a reportagem de capa. E Marina Rheingantz, destaque da nova geração de pintores brasileiros, ilustra a contracapa e páginas internas do caderno. A cada semana a Ilustríssima trará na sua contracapa um texto inédito de prosa, poesia ou dramaturgia. A Ilustríssima terá três outras seções semanais. Uma delas, na página 2, é a "Ilustríssima Semana", com indicações de livros, filmes, exposições, entre outros campos da cultura. A seção "Arquivo Aberto", que estreia com um depoimento da escritora Lygia Fagundes Telles, trará toda semana um relato de um grande artista, cientista ou intelectual, produzido a partir de uma peça de seu arquivo pessoal, como fotos, documentos, recortes etc. A Ilustríssima é editada pelo jornalista e tradutor Paulo Werneck, 32, que já trabalhou na Companhia das Letras e na Cosac Naify. A jornalista Izabela Moi é a editora-assistente do caderno. O projeto gráfico foi feito pelas designers Renata Buono e Laura Salaberry.

    O caderno de “Economia” foi rebatizado de “Mercado”. Este vai tentar utilizar palavras simples contra os velhos jargões do “economês”, para dar maior entendimento ao leitor. O Presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e do Banco Santander no Brasil, Fábio Barbosa, e a especialista em finanças, Márcia Dessen, serão os novos colunistas da editoria e se juntarão a Fernando Canzian, Vinicius Torres Freire, Valdo Cruz e Maria Inês Dolci.


Caderno novo – uma revista


    Ainda há um novo caderno. Ou melhor, revista. A Revista São Paulo vai trazer aos domingos o melhor das atrações culturais que a capital paulista tem a oferecer. O desafio principal é trazer um novo olhar sobre a metrópole e buscar organizar para o leitor as diversas opções de lazer e cultura. As reportagens tratarão de temas variados, como urbanismo, arquitetura, consumo, poluição e trânsito. A jornalista Adriana Küchler assinará uma coluna social semanal, com tendências e personagens da cena paulistana. Entre os colunistas, Barbara Gancia se revezará quinzenalmente com o romancista e poeta Fabrício Corsaletti. E o crítico de gastronomia da Folha, Josimar Melo, relatará suas experiências pelos restaurantes paulistanos. O roteiro de cultura e lazer inclui a programação completa de cinema, além de teatro, música, exposições, dança, passeios, restaurantes e bares. "São pelo menos 250 opções de programa em uma seleção que garimpa as melhores atrações da semana", diz o editor-assistente Roberto de Oliveira. A revista vai circular na Grande São Paulo, mas assinantes de outras regiões poderão consultá-la em sua versão digital. Com projeto gráfico da designer Lillian Kim, a sãopaulo integra o Núcleo de Revistas da Folha, dirigido pela jornalista Cleusa Turra, e se soma à mensal Serafina, ao semanal Guia Folha, e às revistas especiais. A Revista São Paulo será lançado no 1ª domingo de junho.


Reforma visual


    Já a reforma visual começa na forma das letras. Elas estão 12% maiores e destacadas em negrito para mostrar a relevância dada pelo jornal sobre um assunto. Agora a partir da reforma, a diagramação tornará a leitura mais fácil. Antes as matérias pareciam sem hierarquia, isso porque, de forma inteligente e ideologicamente, elas eram colocadas dispostas de acordo com a nossa visão (se lê da esquerda para a direita e de cima para baixo, semioticamente), então as matérias, sem percebermos, eram colocadas nessa ordem de importância. A outra reforma visual é com as fotografias. Elas vão ter um tamanho maior e serão mais claras, capazes de ser redigidas em texto com o seu visual esclarecedor.


Os desconfiados


    Alguns blogueiros vêem com desconfiança a reforma editorial. Para eles, o discurso analítico de contextualizar e analisar os fatos não fará a Folha se despir da ideologia tucana.

    Outros já dizem que esse contexto todo do noticiário será apenas capaz de situar o leitor, o que não é de todo ruim. E que o ideal mesmo é analisar ceticamente o que está sendo dito.


Jornal do Futuro


    Jornal do Futuro. Esse é o slogan da nova Folha de São Paulo. Diante da dificuldade de mediação eficaz devido a loucura da informação em diversos meios de comunicação, a reforma feita é a mais complexa da Folha até agora. Se vai dar certo não se sabe, mas é consenso que em breve muitos veículos impressos do país irão copiar o jeito Folha de fazer jornal diário, já que sempre fizeram isso nas outras reformas do maior jornal em circulação do país.

domingo, 16 de maio de 2010

I Encontro de História da Mídia do Nordeste: Telejornalismo nacional – integração e estereotipização

    No Grupo de Trabalho 1 (GT1), História do Jornalismo, a recém-graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Helena de Castro, tentou resumir sua monografia de 60 páginas com o tema do telejornalismo e sua criação de arquétipos nas pessoas.



    Helena montou sua argumentação baseada no paradigma construcionista da teoria da comunicação, em que os meios constroem o real, influenciando a visão de mundo do expectador, produzindo uma linguagem não neutra, apesar de ser vendida de forma contrária. Para comprovar sua argumentação, Helena citou os traços esterotípicos da TV nas novelas e jornais que pregam a credibilidade, idéia inicial na década de 1950 com a doutrina de Segurança Nacional da Ditadura com o slogan – “a gente se vê por aqui”. A metodologia usada para os telejornais foi a análise por 3 meses – 10 de junho a 10 de setembro de 2009 – do Jornal Hoje e Jornal Nacional, ambos da Rede Globo.


    A conclusão foi de que a Globo forja o seu discurso de pluralidade, seja ela de cultura ou social. Isso porque reportagens feitas em Santa Catarina, por exemplo, é um modelo padrão que se vê em qualquer outro lugar do país, ou seja, se a mesma reportagem fosse feita no Ceará a abordagem e o resultado seria o mesmo; tendo assim, uma abominação e desrespeito da cultura local. A pluralidade que tanto a Globo fala é apenas a mudança de cidade de suas reportagens, não os diferentes públicos que participam (visão centro-periferia, nunca periferia-centro).


    O exemplo é seguido pelo seu escritório no Nordeste estabelecido em Recife. Não muda o jeito de fazer e uniformizar. Há uma exaltação do sentimento de pernambucanidade ao restante da região e também, apenas a visão do centro em relação a “periferia”, não mudando o modelo nacional já citado. Helena citou uma matéria feita pela Globo Nordeste em que a repórter falava de uma representação de uma festa tradicional do Sertão, mas feita no centro do Recife.

    A pluralidade dita pela Rede Globo confronta com a realidade de fato, a periferia nunca lança sua visão. O debate sobre a TV Pública continua.

I Encontro de História da Mídia do Nordeste: História, Imprensa e Literatura – um “novo Jornalismo” no Brasil da Primeira República

    Nada melhor do que falar de História da Mídia com um especialista em História. O carioca Denílson Botelho é graduado em História e está fazendo seu Doutorado ligado a mídia na Universidade Federal do Piauí (UFPI). O interesse em mídia é permanente desde que fez o seu primeiro vestibular para Jornalismo, apenas depois decidiu fazer a graduação em que se formou.


    O tema do seu Doutorado partiu de uma inquietação de muito tempo no conjunto de notícias que causa a sensação de mesmice. A explicação está no modelo fixo do lead (o que, quem, onde, como, quando e porque) de se fazer as matérias. Atrás do lead, para Botelho, está a confirmação de uma construção da realidade e combate ideológico das grandes emissoras. Botelho trouxe um trecho de um artigo do Jornal O Globo em que Ali Kamel, produtor do Jornal Nacional, disse que jornalistas deveriam ser treinados, sem deixar sua intenção de doutriná-los. Isso dá razão a questão do diploma e de alguns malucos que defendem que jornalismo teria de virar curso técnico de escrita, sem levar em consideração a formação leitora e questionadora do bom jornalismo. Nada mais ideológico a serviço de uma construção da realidade por alguns poucos agentes uniformizadores de mentes. Formação cega e acrítica é tudo que desejam.


    Para solucionar a questão, Botelho quis mostrar o exemplo de como se fazia jornalismo no início da Primeira República (final do séc. XIX) e indicando que, dessa forma, é que deveria se fazer jornalismo hoje. Nessa época, se praticava o modelo do New Journalism, que mistura Jornalismo e Literatura, numa narrativa instigante fora dos padrões que conhecemos. Para Botelho, no tempo em que o jornalista e escritor Lima Barreto fazia seus textos, se trazia informação, comprometimento na checagem e investigação, realizando o texto profundo comprometido com o interesse público.

    O texto que conta uma boa história bem construída e que é capaz de envolver e informar ao mesmo tempo, vislumbra Botelho para acabar com a chatice das notícias. O texto padronizado da grande imprensa nada mais é que um modelo imposto e, para isso, um “novo jornalismo” com a finalidade de arrumar isso, não só como modelo-forma, mas principalmente na mudança ideológica contra a uniformização de mentes.

I Encontro de História da Mídia do Nordeste: O jornalismo no tempo tecnológico

    Ainda no primeiro Grupo de Trabalho (GT1), foi apresentado o tema “o jornalista no tempo tecnológico”, pela aluna de Mestrado da UFRN, Luciane Agnez; sob a orientação da professora doutora Kênia Maia. Aquela falou do processo de produção dos jornais com a inclusão das Novas Tecnologias da Informação (NTI) ao passar dos tempos.


    Baseada nos estudos do especialista em comunicação Phellipe Breton, Luciane discorreu o porque do homem ser diferente dos outros animais. A diferença está no início dos primeiros sistemas comunicacionais como a linguagem oral, fazendo o homem demonstrar ser socialmente aceito no convívio com outros homens.


    A oratória grega da Idade Antiga constituía um meio de informação sobre o homem com sua Filosofia. Depois veio a escrita com a necessidade de se registrar as produções agrícolas para o comércio, Breton fala que a técnica da escrita e essa necessidade na economia foram bases para os primeiros meios de comunicação.

    No fim da Idade Média e com a Igreja Católica em crise, a Bíblia passou a ser um meio de comunicação para a doutrinação, por causa da briga entre Protestantes e Católicos (Reforma e Contra Reforma). Com isso, a Bíblia passou a ter imensas tiragens, movida por interesses religiosos de quem interpretava melhor as idéias do livro sagrado.

    Já na Idade Moderna, a Revolução Francesa deu impulso ao jornalismo. Isso porque as reivindicações das classes menos abastadas foram mostradas em meios inscritos. Os jornais surgiam como forma de exposição das idéias das classes. Tinha-se na França muitos jornais que serviam para difundir os interesses de cada uma delas, de maneira a representar a democracia com espaços para as discussões. A Revolução Francesa foi o bom nascimento dos meios de comunicação impressos.


    No século XIX com a consolidação da classe burguesa, deu-se o verdadeiro “boom” dos jornais impressos. Isso porque a notícia passou a ser, para a lógica burguesa, mercadoria. Esta não só na forma de colocar ideologia vigente no papel com escritos de economia estimulando o comércio, mas também empresas de comunicação foram sendo estabelecidas para este fim. Aí que surgem os mais famosos jornais e Agências de Notícias que vemos hoje. Ou seja, se consolidou a lógica burguesa em 2 formas: difusão das idéias de comércio com o modo de vida estereotipado da elite econômica difundida no papel e a própria comercialização, por essa elite, dos meios de comunicação para o primeiro fim citado de manter a máquina ideológica-monetária (são donos e personagens das notícias). Tão inteligente e bem feita que dura até hoje essa construção.


    A partir da década de 1980 com o advento da internet, muita coisa no processo da informação sofreu algumas transformações de cunho ainda questionável do ponto de vista da percepção e ação comunicativa. A internet democratizou a informação, mais pessoas poderiam ter acessos a conteúdos e a produzi-los. Porem, a questão da ética entrou em pauta por causa da confiabilidade nos novos produtores e fontes de notícias. O fazer por “todos” é defendido por uma liberdade de expressão plena, mas aí entra em cheque o exercício da profissão de comunicador (Qual a melhor forma de se fazer um bom Jornalismo?). A velocidade da internet prejudicou o processo de apuração dessas notícias devido a esse fluxo caótico da informação através dos meios textuais e visuais (foto, vídeo, infográficos e todas as outras convergências de mídia). Alguns estudiosos da área são céticos em dizer que “o excesso de informação gera desinformação”. A dúvida permeia também no lado social, já que alguns afirmam que tanta informação vinda de tantos lugares diferentes dá sentido a crise dos valores modernos da sociedade, abominando as origens e uniformizando culturas.

    Se é difícil chegar a alguma conclusão sobre as questões da comunicação no nosso tempo já sabemos. Mas também chegamos a outra unânime: a de que não temos apenas mediadores restritos a um pequeno grupo.

sábado, 15 de maio de 2010

I Encontro de História da Mídia do Nordeste: The New York Times-notícias que fazem história


    No Grupo Temático (GT) 1, História do Jornalismo, o primeiro trabalho apresentado foi sobre o New York Times, do aluno da graduação do 8ª período de Jornalismo da UFRN, Bruno César Vitor Viana. A pesquisa de Bruno neste tema foi feita ao aproveitar sua ida em casa de familiares nos EUA com certa freqüência. Ela servirá de base para a sua monografia que avaliará as notícias do jornal gringo sobre os acontecimentos no Brasil, de como o Brasil é visto pelos americanos. Mas, como seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ainda está em fase de pesquisa, Bruno se deteve a apenas mostrar a história do New York Times, de como surgiu, como se destacou com premiações e como está hoje.



    No início do século XVIII nos EUA, decidiu-se incluir na sua Constituição uma lista de direitos civis nos mesmos moldes e nome que se dava na Inglaterra no século XVII para combater as ações da monarquia inglesa inoperante e cheia de privilégios, afim de dar sustentação a burguesia ascendente contra os próprios ingleses colonizadores da América. Essa lista de direitos se chamava “Bill of Rigths” ou Declaração de Direitos do Cidadão, que com ele a população teria liberdade de expressão, liberdade política, liberdade econômica e tolerância religiosa. Assim a industrialização e o capitalismo conseguiram se consolidar nos EUA, nascendo, dessa forma, o New York Times.


    O jornal com poucos recursos nasceu popular, em 1851. Podia-se perceber o baixo preço (1 centavo) e sua audiência generalizada, tratando de vários temas, sendo chamado, dessa forma, de Penny Press. Ganhou impulso de reconhecimento e qualidade na Guerra de Secessão Americana em 1861, em que foi destaque de cobertura na sanguinária Guerra Civil do país. O New York Times passou a ser grande a partir disso.

    Após entrar em crise no ano de 1869, a família Ochs, detentora do grupo Time, compra o NYT em 1896. Levantou o jornal com publicações baseadas na teoria do “New Journalism”, que associava jornalismo e literatura para tornar a reportagem mais envolvente e interessante para se ler, deixando de lado a estrutura pragmática do “lead” (quem, o que, onde, como, quando e porque). Ochs pregava a qualidade em vez da forma, fazendo com que o NYT ganhasse o seu primeiro prêmio Pulitzer de Jornalismo em 1918 pela cobertura da Primeira Guerra Mundial. Daí pra frente, o NYT passou a ser referência no mundo na área.


    O jornal é publicado na forma Standard (55 cm) com 6 colunas ao preço de 2 dólares. O NYT não tem filiação partidária e se apresenta como liberal. Atualmente é o 3ª maior jornal em circulação nos EUA, possuindo 1.150 funcionários no departamento de notícias e publica 1 milhão de cópias do seu impresso diariamente e 1,4 milhão na edição de domingo. O NYT possui 15 outros jornais diários espalhados pelos EUA e 50 Websites, gerando uma receita de 2,4 bilhões de dólares.


    Porem, hoje em dia o NYT passa por sua maior crise desde a sua criação. O jornal está atolado em dívidas e sua sede foi para o pregão por 225 milhões de dólares graças a recessão mundial que restringe a publicidade tão rentável para os jornais. Outro fator amigo dos fechamentos dos jornais é a internet que democratiza a informação. Os dois motivos favorecem o cancelamento de assinaturas. Para conter a crise, as redações de diferentes editorias, antes separadas, estão trabalhando juntas para dar impulso à qualidade, sem ser prolixos; isso porque alguns anúncios deverão ser colocados na primeira página, de forma a atrair mais patrocinadores, já que querendo ou não, o NYT é uma marca forte.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Abertura do I Encontro de História da Mídia do Nordeste com palestra sobre a radiodifusão pública na Argentina

    Na Solenidade de abertura do I Encontro da História da Mídia do Nordeste na noite desta quinta-feira (13), o Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da UFRN estava lotado, não só por se tratar da abertura do evento, como também da expectativa da participação de algumas pessoas que iam dar uma palavra sobre o encontro na mesa de debates. Isso porque estavam designados a falar: Valquíria (professora da UFRN e coordenadora do evento), Edna Silva, Ceiça Fraga, Marialva Barbosa (Presidente da ALCAR), Thyago Mathias (representante do programa Globo Universidade) e Maria Cristina da Mata (Professora da Universidade de Córdoba-Argentina). Sem falar num ilustre ouvinte, José Marques de Melo, referência no estudo do Jornalismo.



    Thyago Mathias, falou o motivo do Globo Universidade estar ali. “Eu fui provocado por Valquíria, e por isso vim. O GU depende dessas provocações para mostrar a importância da produção universitária para a sociedade”, disse. Já a Presidente da ALCAR, Marialva Barbosa, ressaltou a necessidade de encontros como esse. “O primeiro na região Nordeste dá impulso para que as discussões sobre mídia ganhe corpo e assim possamos ser mais críticos sobre o assunto”, disse Marialva.


    A noite de abertura chegou ao ápice com o início da palestra da professora argentina Maria Cristina da Mata. Ele discorreu sobre o problema da radiodifusão em seu país. A exemplo do Brasil, a Argentina tem os meios de comunicação nas mãos de alguns poucos agentes, que retrata apenas uma visão que quer ser dada sobre a realidade, sem apresentá-la genuinamente.


    Maria Cristina começou sua fala, dizendo que debater sobre a relação dos meios de comunicação no espaço público representa para ela um desafio. “O processo de democratização não pode ficar separado da emergência da compreensão da midiatização”, disse. Ela ressaltou ainda que há uma necessidade de romper a centralização da mídia para mostrar outras potencialidades sociais. “Ir contra a hegemonia política-cultural e sua ideologia representada por meios simbólicos é uma forma mostrar o lado mais humano”, disse Maria Cristina.

    A partir daí, de forma cronológica, Maria Cristina contou como se deu o processo de democratização dos meios de comunicação no seu país. Isso só pôde acontecer, segundo ela, graças a consciência do povo argentino que reconheceu a falta de visibilidade do público e sua vida real. Para Maria Cristina, houve uma “insatisfação comunicacional” e não corrobora que o ser media é totalmente mediatizado por esses meios, caso contrário, não desenvolveria esse lado crítico.

O processo se deu da seguinte forma:

Em 2004 – coalisão dos intelectuais para uma democratização da radiodifusão e do direito a informação

Em 2008 – situação começou a ficar favorável com a briga da presidente com a imprensa, ela reconheceu que a legislação da radiodifusão é antidemocrática e tem vigência em leis da ditadura, pedindo assim uma elaboração de um projeto de lei para mudar isso.

Em 2009 – muita divulgação e 24 fóruns espalhados pelo país junto a sociedade para construir o projeto de forma democrática. Assim que feito, o projeto chegou ao Congresso para depois ser aprovado em seguida.

    Maria Cristina disse ainda que graças a mobilização social, antes nunca vista para o tema, foi crucial para a democratização da mídia na Argentina. No fim, Maria Cristina falou que é inegável reconhecermos a concentração dos meios de comunicação no mundo. “Por causa disso a importância da historialização para percebermos como eles se estabeleceram, e assim, termos argumentos questionadores”, disse.

Nostalgia dos que fazem o bom jornalismo no Rio Grande do Norte

   
    Na tarde desta quinta-feira (13), uma mesa debates foi montada no Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da UFRN. Mediado pelo professor Newton Avelino, a discussão teve a participação do professor Emanoel Barreto e do professor Marco Aurélio de Sá, todos da UFRN.

    Ao começar o debate pelo mediador, Newton Avelino iniciou questionando o porquê a não valorização das coisas da terra. “O Estado carece de uma valorização social e até acadêmica do nosso jornalismo”, disparou. Para dar um tom de comprovação nisto, Newton Avelino falou das pesquisas feitas por ele no mestrado em São Paulo a respeito da história do jornalismo do Brasil. “O Rio Grande do Norte não deve nada a qualquer outro estado do país, se existem problemas aqui, os dos outros estados são os mesmos ou até piores”, disse.

    Para exemplificar a falta de engajamento com a questão da história do jornalismo local, Newton Avelino lembrou que a faculdade de jornalismo criada em 1962 no estado por Aluizio Alves foi a primeira do Nordeste e a segunda do Brasil, a única que existia na época era a Cásper Líbero; falou ainda que a disciplina História do Jornalismo saiu da grade obrigatória da UFRN e os alunos chegam pra ele e reivindicam essa falta. Para finalizar seu discurso, Newton deixou um recado especialmente para os alunos presentes no local: “as carreiras dependem dos profissionais e a História do jornalismo serve de estudo para vocês estudantes", completou.

    Marco Aurélio de Sá, discorreu sobre sua trajetória no jornalismo. Começou a carreira na década de 1960 quando jornalismo ainda não era profissão regulamentada. Depois de escrever por hobby no Jornal Rural do colégio Marista, foi convidado a trabalhar no jornal A Ordem, da arquidiocese, época em que o jornalismo muito voltado para a bajulação política. “os jornais não serviam para o interesse público, apenas para ser complacente com causas políticas, tanto que quem se envolvia com os jornais, fazendo crônicas e colunas eram políticos que queriam se promover”, revelou Marco Aurélio.

    Marco Aurélio foi personagem de um acontecimento recorrente no jornalismo: a morte precoce de um jornal recem criado. Ao fundar o jornal Dois Pontos, se envolveu com um sócio que queria apenas fazer publicidade; logo em seguida Marco Aurélio vendeu sua parte para o sócio, e, coincidentemente o jornal faliu um ano depois. Persistente, Marco Aurélio decidiu fundar outro jornal após um ano: O Jornal de Hoje, em duas edições, manhã e tarde. Aproveitando a percepção que as notícias pela manhã já eram “envelhecidas”, Marco Aurélio criou um slogan para a edição da tarde: leia agora o que você vai ler amanhã – tendo boa venda. Marco Aurélio trabalhou ainda, por um bom tempo, no Jornal do Comércio, em Recife. Por fim, Marco Aurélio exaltou a importância da profissão que tanto ama e estimulou os estudantes a prosseguirem na batalha que ele mesmo disse ser fascinante. “Jornalismo é uma profissão de futuro, a informação é o maior bem do mundo”, disse.

    Já o professor Emanoel Barreto, é graduado pela UFRN em 1980, fez mestrado em 2004 e recentemente obteve o título de Doutor em Ciências Sociais, pela mesma universidade. Barreto tem experiência em cultura, causas sociais e jornalismo impresso, área em que trabalhou no Diário de Natal na editoria de polícia, na Tribuna do Norte com editor e no Jornal de Hoje, sendo ao todo 34 anos dedicados a profissão de jornalista. Na bancada de debates, Emanoel Barreto contou alguns casos peculiares em que foi personagem. Em 1975, ainda muito jovem, pediu emprego ao então superintendente de jornal Diário de Natal, foi insistente e passou por um processo seletivo que consistia em datilografar textos. No mesmo jornal, perdeu uma bela matéria de polícia ao não confiar na sua intuição de repórter que queria ir a Macaíba atrás do suspeito de cometera uma série de crimes no bairro de capim macio em Natal; um dia depois o rapaz foi preso, em Macaíba. “eu era muito jovem, decidi voltar a redação com o motorista e o fotógrafo , repórter também tem que ter sorte”, brincou.

    Quando Barreto era editor da Tribuna do Norte, enviou uma repórter para um hospital psiquiátrico, só que a entrada da mesma foi negada; ele desconfiando que onde se proíbe a entrada de jornalista é por ter algo errado, mandou a repórter ir de médica e de lá extraiu uma bela matéria que causou impacto na cidade; a repórter na ocasião era Josimey Costa, hoje então Superintendente de Comunicação da UFRN. Barreto disse que decidiu contar seus casos de profissão para mostrar aos presentes as situações da vida que se misturam com o ofício.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

UFRN Sediará I Encontro de História da Mídia do Nordeste

    A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) será sede do I Encontro de História da Mídia do Nordeste, que acontecerá nos dias 13 e 14 de maio, com o tema “Memória, Espaço e Mídia”. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (ALCAR), em parceria com a UFRN.


    O evento contará com 8 Grupos Temáticos (GTs) de trabalho: História do Jornalismo, História da Publicidade e Comunicação Institucional, História da Mídia Impressa, História da Mídia Sonora, História da Mídia Audiovisual e Visual, História da Mídia Digital, História da Mídia Alternativa e Historiografia da Mídia.

GTs


GT 1 – História do Jornalismo. Coordenação: Kênia Maia (UFRN)

1-The New York Times: notícias que fazem história – Bruno César Brito Viana (Graduando UFRN) e Maria Érica de Oliveira Lima (Doutora UFRN)


2- História, Imprensa e Literatura: um “novo jornalismo” no Brasil da Primeira República – Denílson Botelho (Doutor UFPI)

3- Telejornalismo nacional: integração e estereotipização – Helena de Castro (Graduada UFPE)

4- O jornalista no tempo tecnológico – Luciane Fassarella Agnez (Mestranda UFRN)

5- Nietzsche e o jornalismo como desígnio da pseudocultura – Myrna Barreto (Mestranda UFRN)

6- A atuação do jornalismo brasileiro na campanha pelas Diretas Já – Rosane Martins de Jesus (Mestranda UFC)


GT 2 – História da Publicidade e Comunicação Institucional. Coordenadores: Ary Azevedo Júnior (UFRN) e Lucimara Rett (UFRN)

1 – Consumo e representação infantil: uma análise da criança nos comerciais da Claro – Francisca Cavalcanti de Souza Lima (UFC) e Marcela de Barros Sanchez (UTAD)


2 – Castelo de cartas: exposição da relação entre mercado e academia na formação do publicitário no mercado alagoano – Anna Laura Canuto Rocha de Andrade (IFAL) e Renata Voz Chagas (UFBA)

3 – Panorama do trabalho com mídias sociais em Natal – Caio Fernando Xavier Pereira (UFRN) e Tibério Reis Maiolino de Mendonça (UFRN)

4 – EveribodyTUBES: o youtube como mídia – Hugo Victor de Oliveira barros (UFRN) e Themis Raquel de Oliveira Silva (UFRN)

5 – Pioneirismo das agências de publicidade do RN: evolução e perfil – José Zilmar Alves da Costa (Doutor UFRN), Lucimara Rett (Doutora UFRN), Ronaldo Neves (Mestrado UFRN) e Taciana Burgos (Mestrado UFRN)

6 – Alice em Natal: cinema global e as diferentes realidades locais - Aryovaldo de Castro Azevedo Junior (Doutor UFRN) e Lucimara Rett (Doutora UFRN)





GT 3 – História da Mídia Impressa . Coordenadores: Adriano Cruz (UFRN) e Ruy Alckmin (UFRN)

- Imagens de Lula na charge jornalística: entre as filiações da memória e a tassitura palimpsesta – Adriano Charles Cruz (UFRN)

- Jornal Correio do Tocantins: o surgimento da imagem fotográfica na imprensa imperatrizense – Thays Silva Assunção, Marcus Túlio Borowiski Lavarda e Roseane Arcanjo Pinheiro (UFMA)

- A imprensa da Belém do Grão-Pará: o começo de uma história – Phillippe Sendas de Paula Fernandes e Netília Silva dos Anjos Seixas (UFPA)

GT 4 – História da Mídia Sonora. Coordenadores: Hélcio Pacheco (UFRN) e Moacir Barbosa (UFRN)

1 – Formatos e gêneros na mídia sonora: uma abordagem dos programas Nossa Manhã e Eira, Beira, Ribeira e seus entornos – Patrícia de Carvalho Silva (UFRN)


2 – O fonograma enquanto forma simbólica: tentativa de adequação ao contexto sociocultural – Antônio Carlos do Amaral Barbosa (UFRN)

3 – O Rádio na extensão rural da Emater-RN – Iano Flávio Maia

4 – Vozes que contam a história da rádio Imperatriz (AM) – Nayane Cristina Rodrigues (UFMA) e Roseane Arcanjo Pinheiro (UFMA)

5 – Os festivais de música como espaço de reterritorialização urbano-musical – Tobias Queiroz (UFRN)

6 – A programação da Rádio Poti na Era de Ouro da radiofonia potiguar – Edivânio Duarte Rodrigues (UFRN)

7 – Rádio e Memória: Uma reflexão sobre a primeira FM do Rio Grande do Norte – Silvio Henrique Felipe Ribeiro (UFRN) e Luciano Oséas (UFRN)



GT 5 – História da Mídia Visual e Audiovisual. Coordenadores: Maria Ângela Pavan (UFRN) e Itamar Nobre (UFRN)

1 - Hibridismo e o Vídeo-dança: Uma Consegue Desenvolver O Seu Propósito Sem A Outra? – Liliane Luz


2 - Telenovela, história, curiosidades e sua função – Roberta de Almeida e Rebouças (UEPB e UnP)

3 - Cultura audiovisual no contexto religioso: a midiatização do pau de Santo Antônio, em Barbalha- CE – Josuel Mariano da Silva Hebenbrock (Universidade Pompeu Fabra de Barcelona – Espanha)

4 - Aspectos históricos da TV Pública no Brasil – Antônio Teixeira de Barros (Doutor em Sociologia) e Maria Érica de Oliveira Lima (Doutora UFRN)

5 - Marguerita, a cartunista esquecida: resgate da trajetória nacional de Marguerita Fahrer, criadora da incrível mulher moderna nos quadrinhos brasileiros – Daiany Ferreira Dantas (Doutora UFPE)

6 - Do papel à animação: a evolução da charge nos meios de comunicação – Dennise Cunha de Vasconcelos (Mestranda UFPB)

7 - Do papel à animação: a evolução da charge nos meios de comunicação – Ana Paula de Castro Vieira (Mestranda UFPB) e Nicolau Calado Jofilsan (Mestrando UFPE)

8 - Notas iniciais sobre o fotojornalismo no Jornal A República (1889 a 1929 e 1931 - Natal/RN-BR) – Itamar de Morais Nobre (UFRN) e Heloísa Amélia Lemos Apolônio (UFRN)

9 - Pela Pele: histórias de afetividades e memória da pele em Natal/RN – Maria Ângela Pavan (UFRN) e Denise Leal (UFRN)

10 - O audiovisual como ferramenta pedagógica: a experiência premiada de um canal local mossoroense – Sonia Regina Soares da Cunha (UFRN) e Anna Karinna Belivaqua (Mestranda UFRN)

11 - Cinema Contemporâneo no Nordeste: o problema identitário nos filmes Árido Movie e Céu de Suely – Raquel Holanda (Grupo de Estudos sobre cinema em Pernambuco)

12 - Comunicação e sociabilidade no Cinema Itinerante – Análise do Cine Serra-RN – Dayana Silva de Oliveira (Mestranda UFRN)

13 - A história das tirinhas: do meio impresso às mídias digitais – Vitor Feitosa Nicolau (UFPB)

14 - Da presença à onipresença: um breve histórico da animação – Theresa Medeiros (Mestranda UFRN)


GT 6 – História da Mídia Digital. Coordenadores: Juciano Lacerda (UFRN) e Taciana Burgos (UFRN)


GT 7 – História da Mídia Alternativa. Coordenadores: Socorro Veloso (UFRN) e José Zilmar (UFRN)

1 – Aspectos históricos e discursivos da trajetória do informativo “NA LUTA”, do SINDIPETRO-RN – José Zilmar (UFRN)


2 – Liga do Cerrado: identificação de elementos da cultura regionalista presentes na HQ tocantinense – Liana Vidigal Rocha, Patrícia Stroher, Ana Carolina Costa dos Anjos e Lorena Dias de Souza (UFT)

3 - A morte de Isabela Nardoni” e a abordagem alternativa pela literatura de cordel – Maria Gislene Carvalho Fonseca (UFCE)

4 – A Ordem, as palavras e o movimento: um jornal e a luta pela reforma agrária (1960-1964) – Ruy Alckmin Rocha Filho (UFRN)

5 - Imprensa e ditadura: um estudo do jornal Salário Mínimo (1980-1983) – Maria do Socorro Furtado Veloso (UFRN) e Ticianne Maria Perdigão Cabral (UFRN)




G8 – Historiografia da Mídia. Coordenador: Sebastião Guilherme Albano (UFRN)


Programação

13/05 - quinta-feira
-Credenciamento.Local:Laboratório de Comunicação-Decom-CCHLA-UFRN.15hs às 18hs

-Mesa Redonda-Tema:Memória da Mídia Potiguar.Local:Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).18h30m.Participantes:Janio Vidal(TV Tropical),Marco Aurélio de Sá(Jornal de Hoje).Mediador:Newton Avelino (UFRN)

-Lançamento de Livros.19hs

-Solenidade de Abertura.Local:Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).20h.Tema:Memória,Espaço e Mídia.Conferencista:Maria Cristina Mata-Universidade de Cordoba-Argentina

14/05 - sexta-feira
-Mesa Redonda-Tema:Espaço da Mídia Nordestina.Local:Auditória da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).9h às 12h.Palestrantes:Durval Albuquerque (UFRN), Erotilde Honório Silva (Unifor),Catarina Tereza Oliveira (UFC e UECE).Mediadora:Maria das Graças Pinto Coelho (UFRN).

- Apresentação simultânea dos Grupos de Trabalho.14h às 18h.
GT1-História do Jornalismo-Sala H1-Setor II
GT2-História da Publicidade e Comunicação Institucional-Sala H2-Setor II
GT3-História da Mídia Impressa-Sala H3-Setor II
GT4-História da Mídia Sonora-Sala H4-Setor II
GT5-História da Mídia Visual e Audiovisual-Auditórios B e C do CCHLA
GT6-História da Mídia Digital-Sala H5-Setor II
GT7-História da Mídia Alternativa-Sala H6-Setor II-
GT8--Historiografia da Mídia-Sala H7-Setor II

-Mesa de encerramento.19h às 21h.Local:Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).Tema:Memória da Mídia Nordestina.Participantes:Marialva Barbosa (UFF),José Marques de Melo (Cátedra da Unesco/Metodista),Sonia Meneses (URCA).Mediadora:Josimey Costa (UFRN)







domingo, 2 de maio de 2010

Banho de mar e esgoto

    A praia mais badalada de Natal-RN, Ponta Negra, está imprópria para o banho já faz um bom tempo. Isso porque as autoridades responsáveis pelo saneamento da cidade não tomam providências no combate das origens da poluição marinha. A fotografia acima ilustra um momento em que um cano estoura, levando esgoto ladeira abaixo até a praia, sem falar no mau cheiro.



    Após a chegada do indesejável fluido, este se mistura a água do mar por meio de valas que foram construídas, acreditem, para este fim. A mistura é mais eficaz em dia de chuva ou quando a maré está alta. Mas, mesmo com avisos por toda orla de Ponta Negra de que determinados trechos da praia estão impróprios para o banho, não é difícil de ver as pessoas se atrevendo no mar e ignorando doenças.


    O pior disso acontecer é que tais cenas não são de hoje e por se tratar de um ambiente turístico, de onde vem boa parte da arrecadação da cidade. Fico imaginando se não fosse. Mas a esfera pública ta pouco se importando com isso, ela está arrotando camarão, andando de pajero, morando em condomínio fechado e fingindo que está trabalhando na semana.

    Mas pior mesmo é aquele comerciante que ainda percebendo a ameaça que representa o esgoto, o afastamento dos turistas e de sua sobrevivência, não luta pelos seus direitos ou ainda continua votando nas oligarquias familiares da cidade.