domingo, 16 de maio de 2010

I Encontro de História da Mídia do Nordeste: Telejornalismo nacional – integração e estereotipização

    No Grupo de Trabalho 1 (GT1), História do Jornalismo, a recém-graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Helena de Castro, tentou resumir sua monografia de 60 páginas com o tema do telejornalismo e sua criação de arquétipos nas pessoas.



    Helena montou sua argumentação baseada no paradigma construcionista da teoria da comunicação, em que os meios constroem o real, influenciando a visão de mundo do expectador, produzindo uma linguagem não neutra, apesar de ser vendida de forma contrária. Para comprovar sua argumentação, Helena citou os traços esterotípicos da TV nas novelas e jornais que pregam a credibilidade, idéia inicial na década de 1950 com a doutrina de Segurança Nacional da Ditadura com o slogan – “a gente se vê por aqui”. A metodologia usada para os telejornais foi a análise por 3 meses – 10 de junho a 10 de setembro de 2009 – do Jornal Hoje e Jornal Nacional, ambos da Rede Globo.


    A conclusão foi de que a Globo forja o seu discurso de pluralidade, seja ela de cultura ou social. Isso porque reportagens feitas em Santa Catarina, por exemplo, é um modelo padrão que se vê em qualquer outro lugar do país, ou seja, se a mesma reportagem fosse feita no Ceará a abordagem e o resultado seria o mesmo; tendo assim, uma abominação e desrespeito da cultura local. A pluralidade que tanto a Globo fala é apenas a mudança de cidade de suas reportagens, não os diferentes públicos que participam (visão centro-periferia, nunca periferia-centro).


    O exemplo é seguido pelo seu escritório no Nordeste estabelecido em Recife. Não muda o jeito de fazer e uniformizar. Há uma exaltação do sentimento de pernambucanidade ao restante da região e também, apenas a visão do centro em relação a “periferia”, não mudando o modelo nacional já citado. Helena citou uma matéria feita pela Globo Nordeste em que a repórter falava de uma representação de uma festa tradicional do Sertão, mas feita no centro do Recife.

    A pluralidade dita pela Rede Globo confronta com a realidade de fato, a periferia nunca lança sua visão. O debate sobre a TV Pública continua.

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