domingo, 16 de maio de 2010

I Encontro de História da Mídia do Nordeste: O jornalismo no tempo tecnológico

    Ainda no primeiro Grupo de Trabalho (GT1), foi apresentado o tema “o jornalista no tempo tecnológico”, pela aluna de Mestrado da UFRN, Luciane Agnez; sob a orientação da professora doutora Kênia Maia. Aquela falou do processo de produção dos jornais com a inclusão das Novas Tecnologias da Informação (NTI) ao passar dos tempos.


    Baseada nos estudos do especialista em comunicação Phellipe Breton, Luciane discorreu o porque do homem ser diferente dos outros animais. A diferença está no início dos primeiros sistemas comunicacionais como a linguagem oral, fazendo o homem demonstrar ser socialmente aceito no convívio com outros homens.


    A oratória grega da Idade Antiga constituía um meio de informação sobre o homem com sua Filosofia. Depois veio a escrita com a necessidade de se registrar as produções agrícolas para o comércio, Breton fala que a técnica da escrita e essa necessidade na economia foram bases para os primeiros meios de comunicação.

    No fim da Idade Média e com a Igreja Católica em crise, a Bíblia passou a ser um meio de comunicação para a doutrinação, por causa da briga entre Protestantes e Católicos (Reforma e Contra Reforma). Com isso, a Bíblia passou a ter imensas tiragens, movida por interesses religiosos de quem interpretava melhor as idéias do livro sagrado.

    Já na Idade Moderna, a Revolução Francesa deu impulso ao jornalismo. Isso porque as reivindicações das classes menos abastadas foram mostradas em meios inscritos. Os jornais surgiam como forma de exposição das idéias das classes. Tinha-se na França muitos jornais que serviam para difundir os interesses de cada uma delas, de maneira a representar a democracia com espaços para as discussões. A Revolução Francesa foi o bom nascimento dos meios de comunicação impressos.


    No século XIX com a consolidação da classe burguesa, deu-se o verdadeiro “boom” dos jornais impressos. Isso porque a notícia passou a ser, para a lógica burguesa, mercadoria. Esta não só na forma de colocar ideologia vigente no papel com escritos de economia estimulando o comércio, mas também empresas de comunicação foram sendo estabelecidas para este fim. Aí que surgem os mais famosos jornais e Agências de Notícias que vemos hoje. Ou seja, se consolidou a lógica burguesa em 2 formas: difusão das idéias de comércio com o modo de vida estereotipado da elite econômica difundida no papel e a própria comercialização, por essa elite, dos meios de comunicação para o primeiro fim citado de manter a máquina ideológica-monetária (são donos e personagens das notícias). Tão inteligente e bem feita que dura até hoje essa construção.


    A partir da década de 1980 com o advento da internet, muita coisa no processo da informação sofreu algumas transformações de cunho ainda questionável do ponto de vista da percepção e ação comunicativa. A internet democratizou a informação, mais pessoas poderiam ter acessos a conteúdos e a produzi-los. Porem, a questão da ética entrou em pauta por causa da confiabilidade nos novos produtores e fontes de notícias. O fazer por “todos” é defendido por uma liberdade de expressão plena, mas aí entra em cheque o exercício da profissão de comunicador (Qual a melhor forma de se fazer um bom Jornalismo?). A velocidade da internet prejudicou o processo de apuração dessas notícias devido a esse fluxo caótico da informação através dos meios textuais e visuais (foto, vídeo, infográficos e todas as outras convergências de mídia). Alguns estudiosos da área são céticos em dizer que “o excesso de informação gera desinformação”. A dúvida permeia também no lado social, já que alguns afirmam que tanta informação vinda de tantos lugares diferentes dá sentido a crise dos valores modernos da sociedade, abominando as origens e uniformizando culturas.

    Se é difícil chegar a alguma conclusão sobre as questões da comunicação no nosso tempo já sabemos. Mas também chegamos a outra unânime: a de que não temos apenas mediadores restritos a um pequeno grupo.

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