Com a indústria do entretenimento cada vez mais se apossando do carnaval, esta festa vem perdendo seu sentido. Aquela festa popular de rua é vista cada vez menos. Os departamentos de marketing de empresas jogam pesado com a carência humana e manipulam uma exclusividade de espaço e brilhantismo.
Basta observarmos o carnaval de Salvador. Difícil acreditar que ali seja festa do povo, a festa conhecida como popular está se elitizando e aqueles que deveriam se divertir estão ficando cada vez mais excluídos. Tem coisa mais separatista e humilhante que objetos como o cordão de isolamento e o abadá com camisas personalizadas? Sem falar nas outras camisas dos camarotes. Essas delimitações visíveis segregacionistas mostram quem pode e quem não pode. Os ricos dentro do cordão, vestindo camisetas diferentes e com espaço amplo e o restante espremido na pipoca. E ainda os defensores da forma dizem que as pessoas se divertem da mesma forma.
Bom rever o conceito de carnaval que temos hoje, se não, aquela alegria autêntica do brasileiro vai se transformar em frustração por não ter e pertencer a indústria que homogeniza as relações sociais.
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