A sigla RAP vem do inglês Rhyme And Poetry – Rima e Poesia traduzido para o português. Somada a melodia sombria, mas não menos agitada que as demais, é feita a música com base na realidade local de periferias com muita violência. Há ainda crítica social no conteúdo das canções, que é destinada aos políticos que nada fazem para mudar a realidade. Esta por sua vez, deverá ser reconstruída pela consciência do povo, através do RAP.
Nascido isoladamente em algumas tribos de negros que sofriam preconceito nos Estados Unidos nos anos 1980, o RAP não demorou muito para chegar no nosso país, também na mesma década. Chegou e se adaptou muito bem por está conectado com a situação que o Brasil sempre viveu como: desigualdade, miséria, violência o e outras mazelas que o RAP tenta combater. E apesar de ter seus nichos espalhados Brasil afora, em todas as regiões, é na cidade de São Paulo que o estilo mais se identifica. Pessoas vindas do mundo inteiro atrás de oportunidades de vida na cidade que tem a maior economia do país, consequentemente somado a também possuir a maior população do Brasil, não à toa as desigualdades seriam mais perceptíveis.
Nesse contexto, o paulistano MC Emicida vive em constante quebra-cabeça para elaborar suas melodias em favor do social. Ele diz que a rima é um recurso da língua portuguesa que é aliado da comunicação com o objetivo facilitar a compreensão da música pelo receptor. Mas Emicida tem uma atenção especial com essas rimas. Segundo ele, rima não é apenas colocar palavras que dê ma sonoridade que combine, as rimas terão que estar dentro de um contexto, pois não podem ser simplesmente jogadas no papel sem uma lógica. Para isso, Emicida procura palavras em dicionários, vê filme, vê TV, escuta outros RAPs e até vai ao Teatro. A idéia é de se situar e situar o outro de sua temporalidade.
Então para quem pensa que fazer RAP é uma atividade de desocupados, está aí a prova de que não é, esses comunicadores pesquisam o que passam ao seu redor e transmitem a sociedade o que está se passando debaixo de seus narizes sem os mesmos perceberem. Enquanto isso, alguns enganadores por aí vendem uma pseudo-realidade, independente de qual seja arte e não tornam público o suor na testa de meio dia, os egoísmos do mundo e o heroísmo diário humano.
Pois é...apesar de não gostar muito musicalmente falando, admiro muito os artistas do RAP.
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