segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Brasil que não se vê na TV

Por Laurindo Lalo Leal Filho

O Brasil que se vê na TV está restrito ao Rio e à São Paulo, salvo raras exceções. Exibem-se nas novelas e nos telejornais, lindas paisagens e graves problemas urbanos dessas metrópoles para todo o país.

Fico a me perguntar o que interessa ao morador de Belém o congestionamento da Marginal do Tietê, exaustivamente mostrado pelas redes nacionais de TV? Não haveria fatos locais muito mais importantes para a vida dos telespectadores do Pará do que as mazelas da capital paulista?

No entanto, o conteúdo que vai ao ar não é determinado pelos interesses ou necessidades do telespectador e sim pela lógica comercial. Para o empresário de TV local é mais barato e mais lucrativo reproduzir o que a rede nacional de televisão transmite, inserindo alguns comerciais da região, do que contratar profissionais para produzir seus próprios programas.

Para as grandes redes trata-se de uma economia de escala: com um custo fixo de produção, o lucro cresce à medida em que os anúncios são veiculados num número crescente de cidades.

Isso ocorre porque como qualquer outra atividade comercial a lógica do capital é a da concentração, regra da qual a televisão, movida pela propaganda, não escapa. Só que a TV não é, ou não deveria ser, apenas um negócio como outro qualquer.

Por transmitir valores, idéias, concepções de mundo e de vida, ela é também um bem cultural e não uma simples mercadoria. Dai a necessidade de ser regulamentada e ter os seus serviços acompanhados de perto pela sociedade.

Como concessões públicas, as emissoras têm obrigação de prestar esses serviços de maneira satisfatória, atendendo às necessidades básicas de informação e entretenimento a que todos tem direito. Caso contrário, caberiam reclamações, processos e punições, como ocorre em quase todas as grandes democracias do mundo.

Aqui, além de não existirem órgãos reguladores capazes receber as demandas do público e dar a elas os devidos encaminhamentos, não temos uma legislação capaz de sustentar esse processo. Por aqui vale tudo.

E quem perde é a sociedade, empobrecida culturalmente por uma televisão que a trata com desprezo. Diretores de emissoras chegam a dizer, preconceituosamente, que “dão ao povo o que o povo quer”.

Um caso emblemático da falta que faz essa legislação é o da produção e veiculação de programas regionais. Se o mercado concentra a atividade televisiva no eixo Rio-São Paulo, cabe a lei desconcentrá-lo, como determina artigo 221 da Constituição, até hoje não regulamentado.

Sua tramitação é seguidamente bloqueada no Congresso por parlamentares que representam os interesses dos donos das emissoras de TV.

Em 1991 a então deputada Jandira Feghali apresentou um projeto de lei estabelecendo percentuais de exibição obrigatórios para produção regional de TV no Brasil. Doze anos depois, em 2003, após várias concessões feitas para atender aos interesses dos empresários, o texto foi aprovado na Câmara e seguiu para o Senado, onde dorme um sono esplendido até hoje.

São mais de vinte anos perdidos não apenas para o telespectador, impossibilitado de ver o que ocorre na sua cidade e região. Perdemos também a oportunidade de abrir novos mercados de trabalho para produtores, jornalistas, diretores, atores e tantos outros profissionais obrigados a deixar suas cidades em busca de oportunidades limitadas nos grandes centros.

Mas se os interesses empresariais das emissoras bloqueiam esse florescimento artístico e cultural, as novas tecnologias estão abrindo brechas nessas barreiras. O barateamento e a diminuição dos equipamentos de captação de imagens impulsionaram o vídeo popular e a internet vem sendo um canal excelente de divulgação desses trabalhos.

Combina-se a vontade e a capacidade de fazer televisão fora das emissoras tradicionais com a necessidade do público de acompanhar aquilo que acontece perto de sua casa ou de sua cidade.

O que não descarta a necessidade da existência de programação regional nas grandes emissoras, como forma de tornar o Brasil um pouco mais conhecido pelos próprios brasileiros.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O pulo de nível e o problema da mão de obra qualificada


Não concordo muito com a política do governo federal de proibir a repetência dos alunos na escola. Explico o motivo:

Tenho um primo que está na 7ª série do Ensino Fundamental numa escola do interior do estado de Pernambuco que ainda não sabe ler. Indigana-nos então o fato de um menino quase entrando no Ensino Médio poder estar numa sala de aula na referida série.

A definição da estapafúrdia idéia veio ainda no governo Lula, quando o Brasil vinha sendo duramente criticado pela comunidade internacional por causa do alto número de repetências escolares.

Será que tapar o sol com a peneira empurrando alunos série acima sem merecer é a solução apenas por capricho político momentâneo? No Brasil de hoje chove desenvolvimento, mas com déficit de mão de obra qualificada. Também pudera.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Onde tem sacanagem é assim:o corajoso perde espaço para o malandro boa praça

Tudo bem que ele não convence ao ganhar um título há mais de 6 anos,concordo que está ultrapassado e está no mercado pelo que desempenhou no passado. Esse é Wanderley Luxemburgo, que assim como Ronaldinho Gaúcho permanece no cenário do futebol amparado pelo que fez há anos atrás. São também vaidosos e resolvidos financeiramente, o que pode explicar a desmotivação de ambos com a profissão.


Mas as semelhanças param por aí. Não só porque um é jogador e o outro técnico, mas sobretudo na questão de quem tem mais poder dentro do Flamengo. Ronaldinho manda e desmanda, chega no treino a hora que quer,vai embora a hora que quer,leva mulher na concentração, vive de noitadas e está acima do peso. Ele pode, traz vários patrocinadores para o Flamengo, traz a visibilidade de um ex-astro a um clube decadente que deve salários. Luxemburgo, que nunca quis ser coadjuvante em clube algum, brigou, esperniou e por isso foi demitido. Ninguém é maluco de não dar razão a Ronaldinho, mesmo estando errado. É o dentuço que traz grana para o Flamengo em forma de contratos de visibilidade, bilheterias e outras coisas. A presidente do clube rubro-negro sabe do peso que ele representa.


Luxemburgo faz parte do rol de técnicos que gostam de aparecer mais que os atores do espetáculo, os jogadores. Mas dessa vez se deu mal. Encontrou um jogador mais estrela que ele e que sustenta a economia do time de massa. Futebol, definitivamente é um meio sujo, que prevalece a mentira em nome do dinheiro ao invés vez da seriedade e ética.


O silêncio também é uma forma de ofuscar as coisas mais claras. Joel Santana chega para a vaga de Luxemburgo e conhecido pelo seu discurso de “paizão” nem aí para os acontecimentos extra-campo, declarou: “É tudo família, onde chego tenho meu império”. Império esse o do amor, pois está chegando o Wagner Love, parceiro de muitas andanças por aí de Ronaldinho. Tá tudo em casa. Joel Santana não é burro de peitar o dentuço como fez o corajoso Luxemburgo, pois se assim for, saberá qual seu caminho.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Feio não é só o futebol apresentado


A Nike não acerta mesmo quando o assunto é seleção brasileira. Depois da criticada camisa com listra na altura do peito, a fornecedora de material esportivo da CBF lançou na manhã desta sexta-feira (03) uma menos feia.


A crítica agora é com as mangas grossas.Os contrastes verdes na camisa amarela e amarelo na camisa azul não agradaram muito e fez a camisa parecer mais com roupa de dormir.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Projeto fixa piso salarial nacional de jornalistas em R$ 3.270

A Câmara analisa o Projeto de Lei 2960/11, do deputado Andre Moura (PSC-SE), que fixa em R$ R$ 3.270 o piso salarial nacional dos jornalistas, com jornada de trabalho de 30 horas semanais.

Pela proposta, os proventos serão reajustados anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). De acordo com o autor, a proposta se aproxima da reivindicação histórica da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) de um piso de seis salários mínimos (R$ 3.732, atualmente).

Situação atual
Segundo o deputado, hoje os valores dos pisos desses profissionais variam de um estado para outro. “Dentro de um mesmo estado, há ainda variações no piso de acordo com cada veículo”, explica. Nas capitais predominam os maiores pisos.

“Pesquisas da Fenaj apontam que o piso dos jornalistas alagoanos (R$ 2.114) é o maior do País, seguido pelos dos jornalistas do Paraná (R$ 2.049,11) e de São Paulo (R$ 2.075,78)”, afirma Moura. “Os menores pisos da categoria são os do Rio Grande do Norte (R$ 850,00) e de Sergipe (R$ 954,80)”, complementa.

O deputado acrescenta ainda que estados como Amapá, Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco e os municípios de Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro não têm definidos os salários-base para jornalistas, conforme divulgado pela Fenaj.

Tramitação
O projeto foi apensado ao PL 3981/08, do ex-deputado Celso Russomanno, que cria os conselhos federal e regionais de Jornalismo e abre a possibilidade de pessoas sem diploma de jornalismo exercerem a profissão, desde que tenham pós-graduação na área. As propostas tramitam em caráter conclusivo e serão analisadas pelas comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte:Agência Câmara