sábado, 26 de junho de 2010

Tragédia anunciada

    As enchentes em Pernambuco e Alagoas em boa parte estavam previstas. Isso porque nas cidades que são banhadas por rios, a população costuma jogar lixo no local. Digo, pois, quando vou à casa de minha avó que mora na cidade de Escada-PE, uma das atingidas, não é difícil de ver as pessoas arremessando todo e qualquer tipo de objeto que não lhe serve mais.


    Aproveitei minha última passagem lá em janeiro desse ano para fazer o registro de duas cenas e guardá-las; embora pareçam iguais, são de locais diferentes, justamente pelo lado corriqueiro desta ação suicida. Resolvi fazer essas fotos por elas serem tão normais, e portanto, características do lugar, que parece o povo ignorar o medo da enchente que teve no ano 2000.


    Não quero dizer que a população que sofre hoje com os danos causados pela enchente seja culpada integralmente do caos. Mas fico em duvida se o poder público local das cidades orienta as pessoas a não jogarem lixo nos seus rios. Caso haja, o problema é de ação das pessoas em não sair um pouco do egoísmo para salvar não só elas mesmas, mas também outros habitantes.

Cidade submersa



    Vou colocar aqui imagens que encontrei da cidade de Palmares-PE no momento das fortes chuvas. São fotos que chocam ao mostrar o quanto a cidade ficou debaixo d’água e o desespero das pessoas tentando se salvar. Vale compartilhar um pensamento ignorante que tinha quando ia à casa da minha avó na cidade de Escada-PE, também atingida e vizinha a Palmares-PE. Eu achava que as pessoas construíam casas de 1ª e 2ª andar para se aproximarem ao máximo da sensação de moradia urbana das grandes cidades, apenas para se sentirem incluídos socialmente. Mas isso é bem alem, no alto da minha ignorância não percebi que os complementos são montados para livrar justamente dessas tragédias, que já aconteceu na década de 1970 e se repetiu no ano 2000, deixando traumas nas pessoas. Apenas percebi isso olhando bem para essas fotografias.















segunda-feira, 14 de junho de 2010

Trekking com cegos em lagoa

    Esporte em que a equipe (no caso dupla) faz trilha e descobre caminhos pré-determinados por alguém. Com o desenvolvimento do trajeto, os participantes vão encontrando e superando obstáculos juntos, e o tempo é cronometrado para apontar a equipe campeã. Esse é o Trekking, que na sua 5ª edição para deficientes visuais do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos (IERC) foi realizado na Lagoa do Bonfim, localizada no município de Nízia Floresta-RN e proporcionou contato com a natureza na manhã de quarta-feira (09), prezando pela regularidade nas provas para indicar o vencedor.



    Na verdade, quem saiu ganhando foram todas as equipes. Isso porque elas eram compostas por deficientes e não deficientes visuais, realizando uma troca mútua de experiências, auxílio e habilidades de cada um dos componentes. Necessariamente, as duplas foram formadas com integrantes de uma e outra necessidade. Primeiro, o não deficiente visual serviu de guia para o deficiente, depois, os papéis se inverteram, quando o não deficiente passou a ser guiado ao colocar uma venda nos olhos. Depois, houve alongamento, uma trilha, atividade de cabo de guerra, palestra de primeiros socorros com salva-vidas e um lanche no final. Tudo regrado a bom humor e possibilidade de fazer novas amizades.


    Para a realização do Trekking, o professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Pitágoras José Binde, contou com o a colaboração de seus alunos de Educação Física, que ficaram responsáveis pela elaboração de exercícios de alongamento; das alunas do curso de Nutrição, que montaram um cardápio balanceado no lanche e, também, dos alunos de Comunicação Social, que fizeram a cobertura do evento para divulgação em blogs pessoais, sites da universidade como a Fotec e outras formas independentes de produzir matéria. Sem contar na presença da imprensa, que estava entusiasmada com o Trekking.

    Uma personagem de bem com a vida é Clécia Domingos da Siva (22), que adquiriu aos 15 anos uma retinose misturada com catarata. Ela gosta de escutar música e admite sentir poucas dificuldades com a falta de visão.


    Mas a figura do dia ficou por conta do jovem Ivan Oliveira (23), pois ele não largava a câmera fotográfica, e, quando estava sem ela, segurava a câmera filmadora. O sonho de Ivan em ser fotógrafo não está apenas por aprender uma profissão. Estudante do supletivo, fazer foto parece ser uma forma de proporcionar prazer às pessoas para que estas vejam suas imagens. Ivan Oliveira perdeu a visão aos 5 anos de idade e mora no bairro de Felipe Camarão, Zona Oeste de Natal-RN.

O 5ª Trekking do IERC contou com os seguintes patrocinadores:

* Pedrassoli Viagens e Turismo;

* Clínica Odontológica Dr. Marco Aurélio Azevedo de Oliveira;

* Academia de Karatê Sttênio Almeida e

* Grupo de Estudo de Nutrição "Corpo e Alma".

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sexta Ecológica na Semana de Meio Ambiente

    Oficinas de papel reciclado e confecção de tapetes com sacolas plásticas e jornais, alem de palestra sobre o desperdício e a exposição das ações da Divisão de Meio Ambiente (DMA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que incentiva a mudança de comportamento da comunidade universitária em relação ao meio ambiente. Essa foi a Sexta Ecológica, realizada na manhã da quarta-feira (2), em função do feriado de corpus Christi, no Centro de Convivência da universidade para comemorar a Semana do Meio Ambiente.



    Criador e coordenador do projeto Pau e Lata, Danúbio Gomes conseguiu colocar o grupo como projeto de extensão do Departamento de Artes. A ação fora da universidade consiste em retirar crianças e adolescentes que moram nas ruas ou com famílias de baixa renda para aprenderem a fazer música. Os instrumentos que são utilizados como bateria são todos feitos de materiais reciclados como o plástico. Mas a novidade fica por conta da identificação do Pau e Lata. Camisas personalizadas desenhadas a base de grafitagem criam a marca do grupo, podendo ser adquirida por qualquer pessoa.


    Qualquer pessoa também tem a chance de participar de alguma ação a favor do meio ambiente. A ONG Baobá, por exemplo, estava colhendo abaixo-assinados para impedir a destruição da mata virgem que pode ser devastada com o prolongamento da Avenida Prudente de Morais. A solução apontada é a utilização das vias laterais da avenida, que contem uma quantidade bem menos de mata virgem. O voluntário da ONG – Alex Moura (25) – explicou melhor o motivo desse trabalho. “Não somos contra o prolongamento da Prudente de Morais, desde ele seja feito na via lateral para que destrua uma quantidade de mate virgem menor do que fosse feito na sua extensão central”, disse. A ONG Baobá atua em parceria com outras da rede ambientalista e contará com o apoio do Ministério Público por meio da promotoria de Meio Ambiente do Estado para ter seu pedido atendido.


    Já a população recebeu folhetos de literatura de cordel em que se mostra um lagarto típico da capital potiguar e tem sua peculiaridade por ser o menor da América do Sul com apenas três centímetros. O Coleodactylus natalensis Freire ou o lagarto-do-folhiço pode ser encontrado no Parque das Dunas com listras e focinho claro, no caso do macho, e um pouco maior, sem listras e de cor marrom no caso da fêmea. A espécie é bandeira da conservação e da sustentabilidade na cidade do Natal, pois por viver em cima da folha, o desmatamento desta pode provocar o desaparecimento do lagarto nativo. Este animal foi descoberto pelo pesquisador, geneticista e professor da UFRN Marcos Antônio, que achou o cordel como forma de divulgar seu trabalho para as diversas camadas da sociedade, em prol da consciência ambiental de preservação. “O auxílio de uma cultura popular como a literatura de cordel vai ajudar a criar participação contra ações desumanas na fauna e flora”, falou Marcos Antônio.


    Trabalho de identificação de problemas dessa natureza no campus universitário faz as pessoas da Divisão de Meio Ambiente (DMA) da UFRN. Ao excesso de gatos na universidade , por exemplo, é orientado que as pessoas não alimentem esses animais, isso porque eles ficarão acostumados e não sairão mais do lugar, podendo a qualquer um que faça parte da comunidade acadêmica ser vítima de doenças como raiva e toxoplasmose. Outra medida é pela coleta seletiva. Cestos de lixo com cada tipo de resíduo indicado foram colocados em várias partes do campus, essa ação facilita no recolhimento do lixo e o destino que cada tipo tomará. O DMA também mostra ações contra o desperdício de água quanto ao uso de torneiras e bebedouros, a forma exagerada do uso corrente de água além de gastar dinheiro público, esvazia mananciais.



Serviço:

- Torneiras mal fechadas e bebedouros quebrados, ligar para a Divisão de Manutenção (DIMAN) da UFRN, fone: 3215-3364

- Portal da Divisão do Meio Ambiente (DMA) com dicas de boas práticas: www.meioambiente.ufrn.br