sábado, 15 de maio de 2010

I Encontro de História da Mídia do Nordeste: The New York Times-notícias que fazem história


    No Grupo Temático (GT) 1, História do Jornalismo, o primeiro trabalho apresentado foi sobre o New York Times, do aluno da graduação do 8ª período de Jornalismo da UFRN, Bruno César Vitor Viana. A pesquisa de Bruno neste tema foi feita ao aproveitar sua ida em casa de familiares nos EUA com certa freqüência. Ela servirá de base para a sua monografia que avaliará as notícias do jornal gringo sobre os acontecimentos no Brasil, de como o Brasil é visto pelos americanos. Mas, como seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ainda está em fase de pesquisa, Bruno se deteve a apenas mostrar a história do New York Times, de como surgiu, como se destacou com premiações e como está hoje.



    No início do século XVIII nos EUA, decidiu-se incluir na sua Constituição uma lista de direitos civis nos mesmos moldes e nome que se dava na Inglaterra no século XVII para combater as ações da monarquia inglesa inoperante e cheia de privilégios, afim de dar sustentação a burguesia ascendente contra os próprios ingleses colonizadores da América. Essa lista de direitos se chamava “Bill of Rigths” ou Declaração de Direitos do Cidadão, que com ele a população teria liberdade de expressão, liberdade política, liberdade econômica e tolerância religiosa. Assim a industrialização e o capitalismo conseguiram se consolidar nos EUA, nascendo, dessa forma, o New York Times.


    O jornal com poucos recursos nasceu popular, em 1851. Podia-se perceber o baixo preço (1 centavo) e sua audiência generalizada, tratando de vários temas, sendo chamado, dessa forma, de Penny Press. Ganhou impulso de reconhecimento e qualidade na Guerra de Secessão Americana em 1861, em que foi destaque de cobertura na sanguinária Guerra Civil do país. O New York Times passou a ser grande a partir disso.

    Após entrar em crise no ano de 1869, a família Ochs, detentora do grupo Time, compra o NYT em 1896. Levantou o jornal com publicações baseadas na teoria do “New Journalism”, que associava jornalismo e literatura para tornar a reportagem mais envolvente e interessante para se ler, deixando de lado a estrutura pragmática do “lead” (quem, o que, onde, como, quando e porque). Ochs pregava a qualidade em vez da forma, fazendo com que o NYT ganhasse o seu primeiro prêmio Pulitzer de Jornalismo em 1918 pela cobertura da Primeira Guerra Mundial. Daí pra frente, o NYT passou a ser referência no mundo na área.


    O jornal é publicado na forma Standard (55 cm) com 6 colunas ao preço de 2 dólares. O NYT não tem filiação partidária e se apresenta como liberal. Atualmente é o 3ª maior jornal em circulação nos EUA, possuindo 1.150 funcionários no departamento de notícias e publica 1 milhão de cópias do seu impresso diariamente e 1,4 milhão na edição de domingo. O NYT possui 15 outros jornais diários espalhados pelos EUA e 50 Websites, gerando uma receita de 2,4 bilhões de dólares.


    Porem, hoje em dia o NYT passa por sua maior crise desde a sua criação. O jornal está atolado em dívidas e sua sede foi para o pregão por 225 milhões de dólares graças a recessão mundial que restringe a publicidade tão rentável para os jornais. Outro fator amigo dos fechamentos dos jornais é a internet que democratiza a informação. Os dois motivos favorecem o cancelamento de assinaturas. Para conter a crise, as redações de diferentes editorias, antes separadas, estão trabalhando juntas para dar impulso à qualidade, sem ser prolixos; isso porque alguns anúncios deverão ser colocados na primeira página, de forma a atrair mais patrocinadores, já que querendo ou não, o NYT é uma marca forte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário