segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Professora da USP fala sobre a farça que é o Minha Casa Minha Vida do Governo Federal

Foto:Leandro Cunha

Atendendo a convite do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes (CCHLA), na pessoa do professor Márcio Valença, a professora Camila D’Ottaviano, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) proferiu a palestra intitulada “Condomínios fechados – os prós e os contras”. O evento aconteceu na manhã desta seguda-feira, no Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da UFRN.

Camila D’Ottaviano iniciou sua fala fazendo um apanhado histórico do nascimento dos condomínios fechados. Nos anos 1990, os empreendimentos eram destinados somente para pessoas de classe média alta nas capitais. No início dos anos 2000, foi o “boom” desse tipo de construção, se alastrando pelas regiões metropolitanas.
Foto:Leandro Cunha


A professora também traçou o perfil dos condomínios, especificamente em São Paulo nos dias de hoje. A maioria contém um banheiro e dois dormitórios, localizados na Zona Leste da cidade, voltado para pessoas de baixa renda. Isso só foi possível graças a implementação pelo Governo Federal do projeto Minha Casa, Minha Vida, que retirou famílias de áreas de riscos nos morros para dar casa própria as pessoas.
Foto:Leandro Cunha


Porém, a professora faz ressalvas sobre o projeto. Apesar de as pessoas que tem até três salários mínimos, pagarem R$50 de prestação e R$ 60 de condomínio ser vantagem, não há infra-estrutura básica e serviços disponíveis para as pessoas. “A propaganda sempre mostra uma família de loiros felizes, em amplo espaço ao ar livre em áreas de lazer, mas a realidade não é bem assim”, disse a professora. Ela fez um comparativo entre o que é mostrado na planta contrastando com fotografias assim que os empreendimentos ficam prontos, e a diferença ficou notável.

Outro problema, esse mais grave, foi a ausência de serviços perto dos condomínios. Em Realengo-RJ, famílias reclamam que não tem padaria, farmácia e nem supermercado nas proximidades. Algumas pessoas que antes pegam uma condução para ir trabalhar agora pegam duas.

Toda a descrição dos problemas serviu para a professora fazer o alerta para que as famílias não devam ser jogadas em vias expressas sem infra-estrutura necessária para se viver.

Confira o documentário "Realengo,aquele desabafo!" sobre o arrependimento das famílias que saíram das favelas:

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