quinta-feira, 25 de março de 2010

O paradoxo da espera do ônibus

  
    Esse é o título de um curta-metragem de animação carioca de 2007 e tem duração de 4 minutos. Achei muito engraçado e inteligente ao mesmo tempo. Demonstra que para filosofar não precisa ser um gênio, pois filosofamos todos os dias nas mais diversas situações do cotidiano. Um jovem carioca esperando um ônibus de madrugada e seu diálogo particular sobre aquele momento. A partir daqui segue o curta.




Puorra...não passa ônibush, pelo que eu sei ele circula de madrugada.


Mas quanto mais ele demora, mais perto ele tá de passar aqui né? Porque se esse tempo todo ele não passou, é porque ele tá vindo. Pelo menos ta teoria né? Nunca se sabe. Sei lá.

Podia pegar aquele outro que dá uma volta do caralho, esse sim, de vez em quando passa. Mas o meu anda mais rápido. Só que a demora do meu ônibus tá pedindo pra pegar o outro...

Sem falar que agora não tem trânsito, motorista sai voado.

Cada volta que se dá é perigoso, o caminho é sinistro. Mas ficar sozinho aqui também é sinistro.

E ainda esse outro me deixa num ponto mais longe que o meu. Eu tenho que caminhar um pouco, mas também né muita coisa não. Mas aí tem chance de acontecer alguma coisa comigo.

Ficar aqui sozinho é foda. Pior que eu nem sei se ele passa aqui, tenho quase certeza que passa. Peguei ele na quarta, na merma hora.

Hoje é sábado. Num sei se ele passa nesse horário no final de semana. Ouvi dizer que passa mas neguim as vezes se engana né?

Talvez passe...talvez num passe...

O foda é o ônibus chegar assim que eu entrar no outro. Melhor esperar, porque pela demora meu ônibush deve tá chegando.

Quanto mais ele demora, mais perto ele tá pra chegar. Quanto mais eu espero, menos vou ter que esperar.

Cara...que doidera é essa que eu pensei? Quanto mais eu espero...menos vou esperar...Bonito isso, filosófico.

Depois de todo silêncio da madrugada e latidos de cachorro um ônibus chega. O jovem sobe nele e continua o monólogo: - ô ô ó o outro ai, viado, pouuurra. Agora fudeu.

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