quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Foto inédita mostra Dilma num interrogatório de 1970

Foto:Autor Desconhecido/Todos os Direitos Reservados
Por Emanoel Barreto


A foto acima exibe Dilma Rousseff no frescor da juventude. Foi clicada em novembro de 1970, na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro.

Presa pela ditadura, a então guerrilheira Dilma –ou Estela ou Vanda ou Luíza, seus codinomes na clandestinidade— tinha escassos 22 anos.

No momento em que a máquina fotográfica foi acionada, ela estava sendo interrogada. Repare num detalhe: os inquisidores escondem o rosto com a mão.

Deve-se a veiculação da imagem ao repórter Ricardo Amaral. Içou-a das páginas do processo contra Dilma na Justiça Militar. E  acomodou-a num livro que chega às prateleiras no próximos dias.

Chama-se ‘A vida quer Coragem’. Foi impresso pela Editora Primeiro Plano. Contém uma reportagem de fôlego de Amaral. Relata os passos de Dilma da guerrilha até o Planalto.

A foto e trechos da obra foram publicados pela revista ‘Época’, um dos veículos para os quais Amaral já trabalhou.

Os pedaços do livro que tratam de 2010 trazem o relato de olhos que perscrutaram os subterrâneos da campanha petista.

Amaral foi assessor da Casa Civil da Presidência e também da campanha de Dilma. 

A culpa condena e os desgraçados se escondem

A vergonha admitida com o gesto é a culpa assumida com a prática do gesto vergonhoso. Quem tiver um mínimo de dignidade, não estiver pago a miserável soldo, há de entender que o comportamento dos inquisidores revela seu íntimo e sua índole.  Sabiam, os elementos que escondiam a cara, do cumprimento de lamentável fado: o de prender, interrogar e encaminhar ao guante dos carrascos a juventude que se insurgia.
A cara feia e suja da ditadura não tem coragem de se mostrar e foge da coragem; a coragem solar dos insurretos, a sublime loucura dos que se arriscam. 

Vemos homens que tinham vergonha de se mostrar aos filhos, às esposas, mesmo às amantes, como diminuídos,vagos, emasculados, torpes; são apenas tristes desgraçados - são sem honra, sem nome, sem presença.

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