quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A sacanagem da Globo

    Nesta quinta-feira (5), acontecerá o primeiro debate entre os presidenciáveis da TV aberta brasileira, na Band, às 22hs. A expectativa para apresentação de propostas dos candidatos e seus respectivos desempenhos contra perguntas embaraçosas de diversos seguimentos da sociedade e divergências entre os adversários é garantia de boa audiência.



    Mas ela não será total. Considerando que existe uma tendência da Globo querer ser exclusiva em tudo, não colocar no ar nesse dia o debate (vai ter seu dia) e, existir um grande número de brasileiros fanáticos por futebol, a emissora do plim-plim, excepcionalmente, vai transmitir a semi-final da Copa Libertadores da América entre São Paulo e Internacional, diretamente do estádio do Morumbi, em São Paulo.

    O discurso da emissora de Roberto Marinho logicamente vai ser o da importância do jogo e que não poderia deixar de transmiti-lo. Mas não é bem assim. Vários jogos decisivos, da própria Libertadores, nunca foram transmitidos em dia de quinta-feira, totalmente fora da grade de programação. O que vai acontecer, mais escancarado dessa vez (as novelas já fazem um papelão todos os dias), é o de-serviço desse veículo à sociedade brasileira ao não deixar livre a concorrente radiodifusora discutir com todos, o futuro de nosso país.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Jornal conhecido apenas pela velha guarda, desconhecido pela nova geração e, infelizmente, ignorado pela mídia


                             


             


    No primeiro ano de faculdade na UFRN, foi pedido a todos da turma que lessem o livro “A Arte de fazer um jornal diário”, de Ricardo Noblat, afim de que servisse de base para uma prova na disciplina de Introdução ao Jornalismo. Alem de o livro trazer muitas dicas de como realizar o ofício, na parte final há uma cronologia dos principais acontecimentos do jornalismo no Brasil e no mundo. Dentre eles, uma pequena nota que o Jornal do Brasil (JB), do Rio de Janeiro, foi o primeiro jornal impresso brasileiro a ter conteúdo também na internet, em 1996. Então pensei: “Esse deve ser um puta de um jornal, se em 96 era assim, imagina hoje. Mas porque não se fala muito nele como nos badalados Folha de São Paulo e O GLobo?”. Mal sabia que o JB já estava em declínio com uma péssima administração e conseqüente crise financeira que beirava os 800 milhões em dívidas fiscais e trabalhistas, e que um conhecimento maior sobre ele se daria, somente, com o pronunciamento oficial de que o JB a partir de primeiro de setembro desse ano atuará ironicamente apenas no mundo que tanto propagandeou quando era impresso, o virtual. Depois dessa notícia, poucos órgãos de imprensa nos apresentaram a robusta história do falecido jornal, sua importância para o país durante muito tempo e os notáveis membros que passaram por essa instituição.


História


                        
    Em meio a agitação política no nosso país, que deixava a Monarquia para ser República, Rodolfo Dantas funda o Jornal do Brasil em 1891, em defesa do regime Liberal republicano. O periódico teve como diretores de redação os abolicionistas Joaquim Nabuco e Ruy Barbosa. Em 1905, com a República já consolidada, não haveria mais o porque da coisa ser tratada como se fosse nacional e única, já que cada estado poderia escolher seu governador; então o JB passou a ter como linha editorial o cotidiano da cidade do Rio de Janeiro, o que rendeu o apelido de “jornal da cidade”, esta com sua característica de carnavalesca, também deu o apelido ao JB de “jornal do carnaval” ao fazer essa cobertura da tradicional festa carioca.



    A primeira crise do JB se deu ainda antes da primeira metade do século XX. Para contorná-la, o jornal cedeu a publicidade de tal forma que passou a colocar os classificados em primeira página, sendo apelidado de “jornal das cozinheiras”. Mas o salvamento mesmo, e seu apogeu se deu quando houve uma reforma em 1956, mudando o jeito de se fazer notícia. Saem os fios que separam as colunas dos textos, diminuiu o espaço dos classificados e fotografia passou a ser publicada em primeira página. Dessa forma, o JB passou a ser o jornal modelo e copiado por todos os outros entre as décadas de 1950 e 1970. Ana Arruda Callado, ex-repórter do JB, contou que os empregados gostavam dos jornais como se fossem deles.“Eu era interpelada por repórteres de todo país, ávidos por saber detalhes sobre os bastidores do jornal, o segredo era nosso romantismo”, disse. Já Ricardo Noblat, que trabalhou nas sucursais do JB em Recife e Brasília, disse que o Jornal do Brasil era uma meta que a maioria dos jornalistas fora do eixo Rio-São Paulo aspirava. “Nessa escola todos gostariam de trabalhar”, contou.


                       
No início da Ditadura Militar, o JB ainda tinha sua independência. Sabendo do perigo, consegue informar aos leitores a dureza da censura do AI-5 com sutilezas, sem que os militares percebessem. Porem, logo depois, após de “escolhas” políticas desastrosas de seu dono, Nascimento Brito, mesmo contra a opinião de seu editor-chefe, Alberto Dines (que logo depois foi afastado por “indisciplina”), o jornal começou seu colapso. Primeiro foi se meter com os generais. Nascimento Brito apoiou o Ministro da Casa Civil de Garrastazu Médici, Leitão de Abreu, para a sucessão daquele contra Geisel. Este venceu e o dono do JB ficou “na mão” do novo presidente, com medo de perder as concessões de dois canais de TV. Então cedeu ao encanto do Ministro da Economia do Governo Geisel, Delfim Neto, que incentivou o JB a se endividar em dólar ao pegar sucessivos empréstimos para comprar novas máquinas e construir uma nova sede, uma obra faraônica na Av.Brasil para abrigar todas as marcas do grupo num momento não muito bom para a economia brasileira. Sem contar na interferência
editorial dos militares sobre o JB. Outras lamentáveis escolhas políticas do JB foi aliar-se a Maluf, Collor de Melo e, mais, recentemente, ao casal Garotinho.

A Boa Briga com O Globo


    Antes e até durante boa parte da crise do JB, o Rio de Janeiro contava com, pelo menos, sete jornais de boa vendagem: O Jornal, Última Hora, Correio da Manhã, Diário de Notícias, Jornal do Brasil, O Globo e Diário Carioca. Quando boa parte deles se foi, não estavam morrendo sozinhos, levaram o jornalismo junto, pois quanto mais possibilidades o leitor tiver de ver diferentes visões, maiores são as escolhas. Muitos jornais quer dizer democracia. Poucos é disputa pelo poder e sinônimo de povo enjaulado. "O leitor perde. É melhor uma cidade com muitos jornais do que com poucos jornais. Isso é melhor em qualquer circunstância, em qualquer lugar do mundo", advertiu Ancelmo Gois, atual colunista do JB e apresentador do programa De Lá pra Cá, da TV Brasil.


            


    Restando apenas o JB e O Globo, o Rio de Janeiro ficou órfão dos contrastes. Mas nem tudo ainda estava perdido. Esses dois jornais travaram boas brigas por audiência que possibilitou ao carente público um novo impulso, já que a disputa era por um jornalismo de qualidade.

    Nascimento Brito foi o primeiro publisher a contratar uma consultoria, a Montreal, para fazer um trabalho de reengenharia total. A empresa organizou-se, a redação organizou-se, a busca de qualidade tornou-se prioritária. Graças a isso o jornal ganhou espetacularmente os primeiros rounds no confronto com O Globo. Sem qualquer suporte de TV.

    Há exatos 38 anos, O Globo publicava um editorial na primeira página assinado por Roberto Marinho intitulado "O Dia que Faltava", rompendo o acordo de décadas que deixava o domingo para os matutinos e as segundas-feiras para os vespertinos. Era a declaração formal de guerra depois de tensas e demoradas negociações entre as duas empresas mediadas pelo deputado Chagas Freitas e o banqueiro José Luís Magalhães Lins.

    O derradeiro confronto jornalístico no Rio talvez tenha se travado no início dos anos 70 (ou fim dos 60) quando Roberto Marinho decidiu que O Globo não poderia ficar confinado ao esquema de vespertino e passou a circular aos domingos. Em represália, Nascimento Brito decidiu que o JB invadiria a segunda-feira. Encontro de gigantes, disputa de qualidade. Mesmo com a ditadura e a censura como pano de fundo.

A pífia cobertura da mídia




    A imprensa foi fria ao comentar o fim da parte impressa do JB. Acredito que não por falta de qualidade, já que material é o que não falta e o veículo tem sua importância para o país. Foi por omissão mesmo. Salvo apenas uma boa recapitulação do Observatório da Imprensa, da TV Brasil, e uma rápida nota do Jornal do SBT da noite. No mais, parece que nada ocorreu, tem gente que nem sabe que existe ou existiu o JB. Uma parte da história do Brasil foi ignorada, agora construída por uma emissora de um Bispo e outra que dita comportamentos. Alem de deteriorar com a derradeira instituição iluminista.


    A questão não é entregar uma concessão pública a um particular. Mas como geri-la. Um empresário da comunicação que não é da área, não lê jornais e os detesta, ou seja, aquele que não gosta do que faz, tem grande chance de ver seu negócio ruir. Ao contrário desse exemplo, vejamos o de Rupert Murdoch: jornalista por formação, acompanhou de perto as transformações de suas empresas de comunicação e o resultado é o sucesso de bilhões de dólares.O elefante branco do JB atropelou os escrúpulos e entregou o jornal a quem quer apenas fazer uma economia extra. Nelson Tanure anunciou o fim do Jornal do Brasil com um anúncio e aos assinantes entregou uma circular assinada por um preposto.


    Não teve luto, nem luta. O jornalismo morno e sem disputa faz bem para os sobreviventes da imprensa-celebridade, que ignoram o seu ofício ao fingir um acontecimento como o fim do JB. Preferiram o medo que seus chefes impõem.


“A imprensa abdicou das emoções porque aceitou transformar-se numa indústria tão transcendental quanto uma fábrica de biscoitos” – Alberto Dines.

Quem passou pelo JB


- Os pernambucanos Joaquim Nabuco (Diretor), Barbosa Lima Sobrinho e Ricardo Noblat (Repórter)
           

- Ruy Barbosa (Diretor)


- Alberto Dines (Editor-Chefe)


- Carlos Drummond de Andrade (como colunista)


- Chico Caruso


- José Sarney (correspondente no Maranhão-demitido em 1962 porque só mandava despachos que o favoreciam como político)




http://jbonline.terra.com.br/   - Para quem quiser ver o JB Online






















quinta-feira, 29 de julho de 2010

Propostas não existem.Oportunismo é a vez

    De olho no voto, a candidata a presidência da República, Dilma Roussef, disse recentemente em um discurso, defender o casamento gay e o aborto. Ora, não é para menos, basta considerarmos o número crescente de homossexuais e de pessoas que desejam praticar o aborto devido os filhos indesejáveis, o abandono do futuro pai e baixa condição econômica no nosso país.


    Andando e tentando ser habilidosa como seu “companheiro” Lula, Dilma foi nesse último final de semana visitar um grupo de evangélicos em Brasília e tomou uma sonora vaia. Isso porque a interpretação da Bíblia não permite o casamento gay e o aborto. Dilma quis contornar a situação elogiando esse público, que também cresce muito no Brasil. Com isso fica claro o motivo da visita de campanha.

    Onde há público consistente, lá está o PT, mas dessa vez representado por uma nada simpática, sem posição firme naquilo que defende e o pior, sem condições de apaziguar suas opiniões contraditórias. Mas para que esclarecê-las se o que interessa é o voto?

Que polícia é essa?

    A polícia do Rio de Janeiro está dando um show. Depois de receber propina do atropelador do filho de Cissa Guimarães e de vermos o pai do mesmo sair sorrindo da delegacia, agora é a vez da violência. Um rapaz foi parado após cometer uma infração no trânsito e foi sugerido pelo policial o pagamento de R$200,00 pela liberação do motorista. Este falou que tinha apenas R$30,00 e recebeu a seguinte frase como resposta: “não vou receber essa miséria”. Logo em seguida, o infrator recebeu um soco no olho, que ficou roxo, e várias tapas de 2 policiais.


    Seguindo a cartilha da violência, só que dessa vez com vítima fatal, em Fortaleza-CE um garoto de 14 anos que andava na garupa da moto acompanhado de seu pai para trabalhar como ajudante de serviços gerais, foi morto por um tiro de um policial. Este disse que pediu para o condutor da moto parar, como não teve o procedimento acatado, atirou. O pai da vitima, por sua vez, falou que não escutou. E ainda vemos treinamento de abordagem por policiais na TV.

    Quem era para confiarmos nos gera desconfiança. É cada vez mais difícil nos sentirmos seguros diante de tanta corrupção da instituição que deveria nos dar segurança. Policiais despreparados e comprometidos com os ricos é bola da vez. Com certeza, se a vítima do atropelamento no Rio de Janeiro não fosse de gente famosa e o atropelador não fosse filho de pai rico a situação já estava resolvida. Gostaria de ver se o atropelado fosse o trabalhador comum, como acontece todo dia. Olha pessoal, pior do que a polícia é a justiça.

domingo, 25 de julho de 2010

Shopping Center?

    Pelo que sabemos o significado de Shopping Center é de ser um centro de compras. Mas dependendo da necessidade e até da malandragem do usuário, o shopping não pode ser considerado um lugar para o gasto econômico. Pelo contrário, pode ser um lugar de diversão, e o melhor, de graça.


    Cheguei a essa conclusão depois escutar uma piada do humorista pernambucano Murilo Gum sobre essa questão. Ele conta que dentro do shopping dá pra assistir TV e jogos de futebol de canais a cabo do seu time do coração no caríssimo pacote pei-per-view, comer Mr.Pretzels em vários sabores que estão nas amostras em muitos stands ao longo do shopping, jogar no Game Station ao querer ensinar as manhas ao pato do seu amigo ou até mesmo a um desconhecido, usar internet wi-fi e ler um livro ou uma revista na mesinha da livraria. Tudo isso sem pagar.

    Pela criatividade ou mesmo pela necessidade, é possível ter um dia de distração no shopping sem se apegar a doutrina consumista que fica nas vitrines. A observação ao espaço é uma boa alternativa para fazer coisas diferentes num ambiente que determina o que deve ser visto.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Discursos eleitorais pela internet não terão tanta representatividade de voto nas eleições do Brasil se não forem bem usados

    Depois que o fenômeno social Barack Obama ganhou as eleições em 2009 nos Estados Unidos por causa de sua propaganda bem feita na internet por uma equipe de marketing do atual presidente americano, o mundo inteiro quer copiar. Não fugindo a regra, os atuais presidenciáveis brasileiros desse ano tentam repetir sucesso do primeiro presidente negro do país do Tio Sã.



    Porem, ao considerarmos as questões socioeconômicas e de acesso a internet entre os dois países, poderemos prever o insucesso brasileiro de angariar votos nas eleições se não forem levadas em conta essas diferenças. Isso porque, diferentemente dos EUA, não temos uma população na sua maioria conectada a web. Para se ter uma idéia, apesar de sermos um dos maiores em acesso em internet no mundo graças ao nosso vasto território e contingente populacional, o uso é representado por uma concentração econômica e excludente, já que 35% dos 190 milhões de brasileiros usam a internet, e desses, apenas 16% a tem banda larga.Para se ter uma idéia, essa porcentagem da população que tem internet é menor do que na Argentina, Chile,Uruguai e Colômbia.Nos EUA, 70% da população norte americana tem acesso a internet, sendo dois terços desse número representa o número de pessoas que a usa de forma rápida.


    Apesar do número ainda pequeno de acessos a internet no caso brasileiro para a maioria da população, os principais candidatos a presidência José Serra (PSDB), Dilma Roussef (PT) e Marina Silva (PV) criaram perfis pessoais na rede social de microblog Twitter, para divulgarem suas ações, como reuniões com aliados, convenções e estratégias de atuação, mas logicamente sem entrar muito em detalhes, já que o encontro destes perfis é fácil para quem sabe utilizar as ferramentas da atual febre virtual e dentre eles podem estar adversários. O Twitter acaba servindo de uso para profissionais da comunicação pesquisarem e divulgarem as ações destes candidatos no rádio e na TV; o que isso também não deixa de ser estratégia de marketing dos presidenciáveis a saberem da condição social do uso da internet no nosso país.

    Portanto, o uso de redes sociais na internet por políticos só dará certo no Brasil caso os publicitários souberem identificar as diferenças que existem no contexto brasileiro em relação ao americano. E o conteúdo que deverá estar disponível terá de ter teor jornalístico, para que este espalhe aquele em sua convergência de mídias nas quais a maioria da população brasileira tenha acesso. Enquanto não houver políticas públicas de inclusão digital com internet a preço baixo e de banda larga, será assim. A internet continuará a produzir conteúdo para os outros meios mais acessíveis, pois se produzir para ela, será pouco visível no Brasil.



Notas:



1 – Da Agência Brasil – A Finlândia é o primeiro país do mundo a determinar, em lei, o acesso livre à banda larga como direito básico ao cidadão. A lei está valendo desde 1ª de julho e assegura a todo finlandês o direito de acessar a internet a velocidade mínima de 1 megabyte por segundo (1MB/s). Até 2015, o governo finlandês promete conectar toda a população a uma velocidade de 100 MB/s.

    Localizada no Norte da Europa, a Finlândia tem cerca de 5,3 milhões de habitantes, menos do que o número estimado pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) para o município do Rio de Janeiro, no ano de 2008, que é de 6,1 milhões.

    A Finlândia é o país menos povoado da União Europeia e registra uma taxa de alfabetização de 99%. No país, os idiomas falados são o finlandês e o sueco. As autoridades finlandesas estimam que 96% da população já tenha acesso a internet.

    Pela lei da Finlândia, todas as empresas de telecomunicação do país estarão obrigadas a oferecer o serviço à população.


2 – O arquipélago de Fernando de Noronha–PE terá internet Wi-Fi para todos que estiverem no local. Os moradores ao fazerem um cadastro, receberão uma senha. O mesmo vale para os turistas, assim que desembarcarem, receberão uma senha de acesso ainda no aeroporto.

Os significados de uma imagem

    Em um dia aparentemente tranqüilo, um homem vestido de policial na praia de Boa Viagem no Recife, observa atentamente um objeto de concreto com suas letras repletas de significado histórico. Significado também pode-se extrair da figura do homem. Significado não, significados, no plural mesmo.


Dependendo do contexto, a imagem pode assumir alguns deles:

1 – Ele não ser policial: devido a incidência de assaltos no local, em que pessoas se travestem de outras para praticar delitos. As informações são de que está havendo muito disfarce, pessoas bem vestidas abordam outras, entram em casas dizendo que são representantes comerciais de tal empresa e anunciam assalto pouco tempo depois. Portanto, o estereótipo de que bandido é aquele que é negrinho e mal vestido não cabe mais.

2 – Ele ser policial e o dia está mesmo tranqüilo: dia pouco agitado, o policial aproveitou o baixo movimento para sair do tédio.

3 – Ele ser policial e quis ler mesmo o que estava ali: independente do dia estar agitado ou não, o policial foi levado pela sua curiosidade de querer ler aquele concreto que, pois ,se estava ali, é porque tem algum sentido histórico para o lugar.

    Semioticamente, uma imagem pode assumir vários significados. Isso, sem julgamentos, como já dito, vai de acordo com o contexto que o momento necessita.

O caso Bruno e o filme da Globo

    Aproveitando o caso do goleiro Bruno, a Globo decidiu prender seu telespectador a ela e ao tema em questão. Na última quarta-feira (7), a emissora colocou no ar o filme “Meu nome não é Johny”, que tudo a ver com o distúrbio do goleiro, pelo Festival Nacional de Cinema.


    A escolha do filme não foi à toa. Isso porque existe uma associação de comportamento entre o personagem principal do filme e Bruno. A história de ambos se iniciou de forma humilde, passando a melhorar de vida de forma muito rápida com a venda de drogas no caso do personagem do filme e futebol no caso de Bruno foram os meios encontrados para isso acontecer; alem de terem tido os pais separados ainda quando crianças. A partir daí as semelhanças só aumentaram. Dinheiro fácil com gasto rápido, viagens, compra de imóveis e mulheres disponíveis foram características das vidas desses co-irmãos.

    Se o filme nacional estava na grade para essa semana do festival eu não sei, mas foi muita coincidência colocá-lo numa situação em que sua temática esteja sendo discutida nacionalmente após um caso da vida real. Mas isso não é de todo ruim, pois serviu para a sociedade pensar questões como humildade, conflito pessoal e social, riqueza rápida e formas de relacionamento fruto dessa condição; o filme não deixa de ser mais um exemplo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Educação e meio ambiente – a ação do primeiro leva a precaução das conseqüências negativas naturais ao se respeitar o último

    De fato, ao ignorar o meio ambiente em que vivemos, esse irá cobrar de nós depois de forma violenta. E para isso não acontecer, não precisamos tomar medidas extraordinárias de comportamento em relação a ele. Basta apenas começarmos a termos pequenas iniciativas, como jogar um simples papel, copo plástico ou qualquer objeto que não for usado nos seus devidos lugares ou até reaproveitá-los, para que os resultados começarem a aparecer sem percebermos. Ou seja, se cada um tomar uma atitude, o efeito será múltiplo do ponto de vista positivo.



    Caso não haver idéia de reaproveitamento, que pelo menos os dejetos sejam colocados onde devem. Mas, infelizmente, as pessoas nas grandes cidades não vem praticando essas pequenas ações ou não são incentivadas para tal. É o que acontece em alguns pontos da cidade do Recife. A foto acima é de um ponto de ônibus, localizado na Avenida Domingos Ferreira, Bairro de Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana, em que na frente do meio-fio em que o ponto de ônibus está é possível ver lixo jogado sem nenhum escrúpulo ou sentimento de culpa, tanto por aqueles que estão esperando o transporte como por aqueles que jogam de dentro do veículo em movimento para fora dele. Tudo isso antes do meio dia.

    Mesmo depois de vermos uma enchente causada, não só de chuva, mas também de lixo acumulado, parece não haver noção do perigo que ronda essas pessoas, como fossem imunes a qualquer tipo de coisa. Infelizmente terão apenas quando forem atingidas diretamente por enxurradas. Temos de nos acostumar com medidas preventivas de acidentes, não apenas tomar alguma atitude quando a situação estiver crítica. Deixar de jogar lixo em qualquer lugar por pura comodidade, além de evitar novas enchentes poderá também deixar a cidade mais bonita.

sábado, 26 de junho de 2010

Tragédia anunciada

    As enchentes em Pernambuco e Alagoas em boa parte estavam previstas. Isso porque nas cidades que são banhadas por rios, a população costuma jogar lixo no local. Digo, pois, quando vou à casa de minha avó que mora na cidade de Escada-PE, uma das atingidas, não é difícil de ver as pessoas arremessando todo e qualquer tipo de objeto que não lhe serve mais.


    Aproveitei minha última passagem lá em janeiro desse ano para fazer o registro de duas cenas e guardá-las; embora pareçam iguais, são de locais diferentes, justamente pelo lado corriqueiro desta ação suicida. Resolvi fazer essas fotos por elas serem tão normais, e portanto, características do lugar, que parece o povo ignorar o medo da enchente que teve no ano 2000.


    Não quero dizer que a população que sofre hoje com os danos causados pela enchente seja culpada integralmente do caos. Mas fico em duvida se o poder público local das cidades orienta as pessoas a não jogarem lixo nos seus rios. Caso haja, o problema é de ação das pessoas em não sair um pouco do egoísmo para salvar não só elas mesmas, mas também outros habitantes.