sábado, 4 de junho de 2011

Palocci não dá explicações claras de como ficou 20 vezes mais rico em quatro anos


Em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional da Rede Globo, o Ministro da Casa Civil Antônio Palocci se defendeu das acusações de que tenha aumentando em 20 vezes o seu patrimônio em quatro anos de forma ilícita.Segundo ele, esse dinheiro veio dos serviços de Consultoria que o mesmo prestava para empresas de indústrias privadas e que todos os contratos foram entregues à Receita Federal com emissão de notas fiscais, tendo dessa forma a segurança de aparato legal das negociações.

Porém, Palocci não quis dizer o quanto a sua empresa faturou ano a ano de 2006 a 2010 e nem que foram esses clientes que pagaram a ele alguns milhões por serviços prestados. "Os números eu não gostaria de dizer porque não dizem respeito ao interesse público. E as empresas não gostaria de expô-las por se tratar de empresas renomadas no setor em que atuam", disse. Estima-se que nos meses de novembro e dezembro Palocci tenha arrecadado 20 millhões (10 a cada mês), justamente no período em que foi coordenador de campanha da então candidata Dilma Roussef. Palocci assim que foi indagado pelo repórter Júlio Mosquera sobre a coincidência dos fatos, afastou logo a possibilidade de associação. "Não há um centavo do faturamento da minha empresa aplicado em campanha política".

Por fim, o acusado afirmou que não existe crise do governo, mas sim de sua pessoa. "Prefiro assumir as responsabilidades de prestar esclarecimentos aos órgãos competentes. O que não pode ser feito é misturar um assunto com outro", disse Palocci tentando se referir a independência do faturamento empresarial com financiamento de campanha.

Oposição não se convenceu da entrevista de Palocci

Apesar de Palocci ter dito que as altas quantias dos serviços de sua empresa ter vindo da iniciativa privada, o líder do Democratas, ACM-Neto, sentiu falta de explicações. "Não revelar a quantia, nem quem eram esses clientes, se essas empresas não tinham interesse na área pública fez ele se complicar mais do que se explicar", disse.

Já o senador Cristovam Buarque do PDT, partido que apóia o governo, disse que ficou frustrado por Palocci não explicar a concentração de ganhos principalmente no final do ano. Para ele, consultorias não funcionam assim. "Eu esperava que ele disesse para quem ele fez os trabalhos, o porque dos valores serem esses. Eu quando jovem fazia consultoria e sempre sabia o porque daquele determnado valor. A gente calculla o número de horas de trabalho, o número de todos os envolvidos naquela atividade. Eu acho que depois dessa entrevista vai crescer o movimento pela convocação dele ao Senado ou mesmo o movimento pela CPI".

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