terça-feira, 7 de junho de 2011

Jornalismo cultural precisa denunciar porcarias enviadas ao Brasil



Por Arnaldo Jabor

Amigos ouvintes,existem alguns assuntos que eu falo aqui que provocam ódio,ranger de dentes e ataques violentos a mim.É!São eles:Religião,Partidos Políticos e,pasmém,Filmes.Você pode dizer barbaridades sobre tudo, mas se esculachar um filme pode contar que no dia seguinte dezenas de pessoas que gostaram do filme já ficam com ódio na hora.

Ontem eu falei de um atentado a inteligência humana que tá passando aqui no país chamado "Se Beber Não Case 2".Falei e repito que o filme é um lixo.Não é que o filme seja apenas ruim, filme ruim existe,tudo bem,faz parte.Mas esse é um dos exemplares de filmes que a nova sordidez de Hollywood está produzindo na base do "quanto pior,melhor".

O cinema internacional descobriu que filmes para idiotas dão muita grana porque os idiotas crescem a cada ano,claro,principalmente vendo os filmes que estimulam a sua estupidez.

Para quê eu fui falar desse filme.Recebi e-mails e twetts indignados enviados por imbecis que adoram ficar drogados durante duas horas para ver porcarias.E o interessante é que porcaria provoca uma espécie de felicidade na platéia,que começa a rir bossalmente do filme e acha que está rindo com o filme.É uma associação de burrices no escuro.

Muito bem.Falei isso porque acho que também o jornalismo cultural tem a obrigação de sair de cima do muro e começar a denunciar abaxis horrendos que chegam aqui.Acontece que a idéia contemporânea de que tudo que é produzido pode ser consumido.Acontece que numa crise de parâmetros as pessoas acham que tudo vale a pena e os jornalistas ficam intimidados em condenar,como se condenar fosse digamos,antidemocrático,conservadorismo,censura cultural.

Mas não é.Há de condenar sim as porcarias que nos enviam,que vão modificando a mente.E não é só condenar,há de elogiar filmes que merecem.Por exemplo, está em cartaz um filme brasileiro muito bom,chamado "Estamos Juntos",produzido e dirigido por Toni Venturi, que traça uma radiografia interessantíssima de tipos paulistas onde impressiona a excelente interpretação de Leandra Leal,certamente uma das nossas melhores atrizes.O filme mostra o amor mesclado com problemas sociais como os dos sem teto,tragédias ligadas a vida e a morte, naturalmente.

Claro que não devemos propor um nacionalismo ridículo de proteção a filmes brasileiros,é claro que não. mas é chocante na imprensa o desprezo por nossas produções e a dedicação na divulgação incessante de porcarias importadas que cegam os analistas colonizados.

Estamos juntos,o filme de Toni Venturi deve ser visto.O resto do lixo que tá passando ai deve ser evitado.

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