segunda-feira, 6 de junho de 2011

'Se Beber Não Case 2' é um atentado ao bom gosto



Por Arnaldo Jabor

Hoje,segunda-feira, o assunto é cultura.Ou melhor, incultura.O assunto é cinema.Ou melhor,o anticinema.O assunto é o filme "Se beber não case número 2", que está em cartaz no Brasil e está fazendo sucesso.Salas cheias e sucesso nos Estados Unidos também.Uma das maiores bilheterias.

Vamos direto ao assunto.Esse filme é um lixo.É um atentado a um bom gosto,ao mínimo de descência artística ou de espetáculo, e enche as salas do Brasil e dos Estados Unidos.Eu falo especialmente desse filme porque acho que ele já é uma revolução, é uma mudança para pior das porcarias que estavam sendo feitas.Houve um salto de desqualificação do cinema ultimamente.Esse filme,"Se Beber Não Case", denota essa nova fase do cinema americano, que provoca uma mudança terrível também no cinema mundial.

Esse filme é um sintoma de um caso grave.Existe um processo em curso deliberado pelos produtores de cinema americano para imbecilizar cada vez mais as platéias, de modo que o faturamento seja maior possível com piores produções, piores roteiros sem qualidade alguma, com atores de "quinta".Em suma, a tese é:com nada,ganhar muito.Ou gastam muitos milhões em filmecos de 3D ou gastam muitos milhões com efeitos especiais delirantes, ou então sustentam esses vícios batizados de comédia romântica.

E as platéias estão muito obedientes ao marketing, engolem qualquer porcaria com risadas bossais, com absoluta ausência de criticismo.A única finalidade desses filmes é impedir o pensamento.Aliás, o sujeito vai para o cinema para não pensar, como se tomasse uma droga para passar duas horas abestalhado,onge do mundo real, que vamos combinar também não está para peixe.

Mas o que impressiona muito é que os filmes chamados comerciais, de antigamente, tinham uma dignidade."Cantando na chuva", por exemplo, que é um dos maiores filmes feitos no cinema, era somente para ganhar uma grana. Mas Akton Freed era um produtor genial como foram tantos outros daquela época.Os produtores queriam encher o bolso, claro, mas ainda tinham amor ao cinema,algum amor a arte, a qualidade.

Agora não, agora não existe nem mais diretor para eles, que virou uma espécie de guarda de trânsito de atores:"vem pra cá...vai pra lá...".Os produtores decidem o lixo que querem e o público vai perdendo os parâmetros e aí que mora o perigo. Quanto mais o público aceita as porcarias, mais porcaria é feita. "Oba, se eles gostaram disso, melhor ainda, vamos até gastar menos e piorar.Eles comem qualquer coisa".

A passividade do público aumenta a bossalidade dos filmes.E me impressiona também que os analistas de cultura e cinema no Brasil não denunciam esse atentado a pudor dos nossos olhos. Não. Agora tudo é legal, tudo bem.

Amigo ouvinte, não veja esse filme.Mesmo se beber.

2 comentários:

  1. Aff...detesto o Arnaldo Jabor. Ele se faz todo de intelectualizado, mas também não passa de um cara que tá sempre lá pra repetir o discurso da Globo. O cinema americano sempre foi feito tanto de filmes comerciais sem nenhuma pretensão artística, quanto de filmes clássicos, artisticamente lindos. Eu dou risada e me distraio com os primeiros, assim como aprecio e reflito com os outros. Sinceramente, muita hipocrisia revestida de intelectualismo.

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  2. Me falaram q o filme se Beber nao case era ótimo.Fiquei pasma ao decorrer das cenas ao ver q o humor brasileiro é tao limitado, ridicularizado ... Sem palavras para descrever esse monte de bosta Mas conhecido como cultura inutil.nao vejo graça em um macaco chupar uma garrafa, simbolizando um penis, ainda mais sendo usado num cadeirante mudo_ isso me pareceu humilhante. Uma pessoa em san consciencia nao ranca o proprio dedo e acha engraçanhado, a nao ser q seje um doente mental. Entre outras cenas que nao quero ficar perdendo o meu tempo relembrando
    "Quanto mais o público aceita as porcarias, mais porcaria é feita."

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