segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O senhor da razão é o melhor amigo dos bandidos



    José Roberto Arruda, aquele mesmo governador do Distrito Federal que recebeu dinheiro na meia e na cueca, foi pedir desculpas em Brasília na última sexta-feira (8/01). Independente do ano ser eleitoral, alguns de nós brasileiros já nos acostumamos a ver cenas parecidas e os mesmos discursos de defesa dos políticos, e o pior, nada fazemos.

    É que durante o sínico discurso, Arruda quis se desculpar dizendo: “O tempo é o senhor da razão”. Ah, o tempo...O tempo para que todos esqueçam, inclusive a justiça para não julgar, a imprensa para não denunciar, e é claro, o povo para votar. A mesma estratégia foi usada pelos mensaleiros do PT José Dirceu e Antônio Palocci, que já estão cogitando retomar a vida política depois de um sumiço estratégico. Tudo em nome do tempo...

    José Sarney também usou a célebre frase para que as denúncias contra ele fossem justificadas, com o tempo. Tempo para esquecer e armar a defesa do desvio de dinheiro público para a sua fundação no Maranhão. O processo está arquivado.

    Mas toda essa eficácia do tempo é pequena perto do caso Collor. Depois de sofrer impeachment em 1992 e perder direitos políticos, foi eleito Senador em 2006. Depois dessa não duvido de mais nada, apenas reconheço o poder do tempo e a desinformação do eleitorado brasileiro.

    Recentemente no site da OAB-DF, a denúncia contra José Roberto Arruda não estava mais lá. Isso porque é um caso recente, nem quero imaginar os outros. Essa ação só mostra a cumplicidade da justiça com certos tipos de pessoas.A justificativa burocrática é a falta de provas, até Lula defendeu: “as imagens do dinheiro na meia não falam por si só”. Se um vídeo mostrando tudo for passível de liminar, refutação, questionamento ou qualquer outra forma burocrática de brecha na lei assim como um dossiê escrito tem, sinceramente não há como ter condenações nesse país.

    O Brasil virou o país do tudo se nega e nada se pune. Negam até imagens.

    Tempo: a justiça concede, a imprensa se perde e o povo esquece. Basta dar uma de bonzinho e distribuir carne, peixe, pão e circo.

    “Ah, o tempo...”, gozam os bandidos!

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