sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Jornal egoísta de esquerda não quer só mudar o regime, quer comunismo como sendo o único a existir


   
    Enquanto os leitores identificam cada vez mais na grande mídia algumas inclinações políticas, os jornais partidários rasgam o verbo e admitem sem medo o que desejam (se fosse diferente seria de se estranhar), porem demonstrando muita contradição, paixão e falta de provas para apresentar soluções dos problemas do país, afim de consolidar a ideologia que defendem. Foi isso que vi no jornal bimestral de 12 páginas do PSOL, que pode ser adquirido por R$ 1,00 ou recebido de forma gratuita, como foi meu caso.


    Logo na primeira página, alem das notícias principais, o que me chamou mais atenção foi uma manifestação que pregou um novo projeto econômico, que seja GLOBALMENTE distinto, entretanto não explicou de como se daria esse projeto. Querem mudar o mundo a partir de transformações radicais de âmbito local. Mas de se estranhar mesmo foi o termo “globalmente”, logo eles que têm horror a essa palavra. Mas logo depois entendi. É que querem mudar tudo, e, em seguida, estabelecer o regime deles no mundo. Falam tanto em democracia, liberdade partidária (a Constituição dá esses direitos) que se estabelecido o comunismo não vão aceitar outros partidos, vão seguir os modelos de Fidel Castro em Cuba e Hugo Chávez na Venezuela, governos que por sinal estão matando seus povos de fome. Muito eficiente o sonhador comunismo, tanto que a China o abandonou de forma integral e adotou um regime misto de governo, e hoje é o país que mais cresce ano a ano no mundo.

    Quando digo que os discursos do PSOL são contraditórios é porque o são ao usar termos neoliberais e negar o próprio comunismo entrando em conflito com outros partidos de base esquerdista. As relações entre as esquerdas são tão conflituosas e egoístas que eles se atacam. O PSOL repreende constantemente o governo Lula, usam até o termo neoliberal (que ironia) “lulismo” – sufixo “ismo”= doença. Falam que a política ambiental de Lula foi um desastre, o que não é verdade, o que se vê é uma rotineira diminuição dos desmatamentos da Amazônia protagonizada pelo competente ministro do Meio Ambiente Carlos Minc. E por falar em Ministério do Meio Ambiente, até a ex-ministra Marina Silva foi criticada por querer se candidatar a Presidência da República, sob o argumento de não estar preparada para criticar o modelo sócio-ambiental vigente no mundo, que para tal deve se desvincular da política macroeconômica, o que convenhamos, é impossível, já que a discussão do meio ambiente deverá passar por questões econômicas de diminuição de produção industrial e uso consciente e, conseqüente, dos meios naturais. Mas não basta brigar com Marina Silva, tem que criticar também o partido dela (PV), também de ideologia comunista, dizendo que a candidatura própria do partido precisa ser amplamente discutida.

    Quero deixar claro que não sou, como o PSOL chama, a favor do “luilismo”. Lula por si só já é uma pessoa contraditória, não precisa se escorar no seu partido para isso. Na sua época de metalúrgico odiava banqueiro e gostava de organizar greves, agora ele empresta dinheiro a banqueiro e quando o Brasil foi mais atingido pela crise econômica mundial disse aos trabalhadores metelúrgicos: “companheiros, não é hora de fazer greve!” A partir dessa contradição pessoal e ideológica de Lula o PSOL deita e rola em cima do presidente. O que há na verdade é uma inveja na popularidade do prestigiado Lula que o PSOL sustenta e um reconhecimento que definitivamente as esquerdas não se entendem.

    O PSOL é tão anti-democrático que organizou uma agenda de debates com setores da sociedade civil, movimentos sociais e entidades sindicais para discutir política sem incluir o empresariado. Tudo bem que empresários e movimentos sociais não se batem, mas organizar um debate que chama apenas aqueles setores de seu interesse deixou de ser debate, nada evolui, apenas agrava a intransigência. Um exemplo de sucesso foi a Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM), em que sociedade civil, políticos e empresários, apesar de obviamente terem idéias divergentes, discutiram a comunicação civilizadamente e avançaram o debate sobre a comunicação do Brasil em alguns pontos, mesmo, como já dito, divergindo em algumas idéias. O PSOL não quer debater e discutir, quer colocar seu ponto de vista.

    Outro ponto de interesse do PSOL são as CPI’s. Condenam a CPI aberta contra o MST, mas querem que seja mantida a CPI do mensalão do DEM. O que tem que acontecer ,ao meu ver, é manter as duas CPI’s, pois houve bandidagem em ambas. A CPI do MST é pela invasão da Cutrale e ações de vandalismo. A justificativa do PSOL é que as terras são originalmente da União. Porem não são mais, a União as vendeu para uma empresa privada. Se fossemos pensar assim, todas as terras do país originalmente são da União e não haveria direito posse por ninguém, só que aí que ta o problema, a Constituição defende moradia para todos e ao mesmo tempo o direito a propriedade privada. O MST deveria quebrar Brasília por ter sido de lá a origem da venda da terra, e não de alguém que tem o direito de posse assegurado por meio da compra. Direito de greve, manifestação e moradia a Constituição também garante ao trabalhador, mas vandalismo não. O que se criminaliza não é o movimento popular em si, como o jornal do PSOL diz, mas sim as ações violentas desses movimentos.


    Uma das coisas corretas desse jornal é a recriminação do processo que Heloísa Helena (presidente do PSOL) sofreu na Câmara de Vereadores de Maceió de quebra de decoro parlamentar ao chamar outra vereadora de “porca mentirosa”, o que é verdade, pois nessa cidade ainda acontece um coronelismo (grande mal das cidades nordestinas) que teme uma reordenação. Outro ponto favorável é a proposta de um senador do PSOL do Rio de janeiro de uma educação pública de qualidade. No mais, o jornal do PSOL é um complemento para o lixo.

    Charlatões e demagogos estão usando esse tipo de conteúdo fanático para influenciar pessoas a aderirem o sonho inalcançável. Parece mais a Igreja Universal.

    A contradição está por toda parte do jornal, desde Lula, ideologia comunista e na própria escrita. Um jornal que se diz de um partido popular e que contem frases gramaticais erradas (pronome “onde” sem ser usado em referência a lugar”, pág 3), também demonstra dificuldade de linguagem para os menos instruídos. Palavras como: açodada, simulacro, apriorística, hipotético, candente, aspícios, frenesi, traders (termo em inglês e neoliberal rs) foram usadas. Isso demonstra que tem gente culta elaborando o conteúdo demagógico e apaixonante para os sonhadores trabalhadores. O oportunismo através de elaborados discursos para entrar na política fala mais alto do que ser honesto com as suas fiéis cobaias.

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