sábado, 2 de abril de 2011

Especialista mostra os perigos da propaganda voltada às crianças


Tive contato recentemente com vídeos do interessante II Fórum Internacional Criança e Consumo que aconteceu em setembro de 2008 em São Paulo. A psicóloga americana Susan Linn na palestra intitulada “Educação, Consumo e Infância” traça um panorama bem pessimista da propaganda e do Marketing voltado para as crianças.

Segundo Linn, a propaganda é muito nociva a quem ainda não tem senso crítico e discernimento suficiente para julgar o que é bom ou ruim para si. Para piorar o quadro, Linn defende que essas crianças persuadidas a vida inteira se tornarão futuros adultos acríticos, isso porque estão acostumado ao bombardeio midiático desde cedo ao verem TV  e serem passivos aos produtos. O processo contínuo de persuasão do indivíduo desde a sua infância até a vida adulta garante a fidelização do cliente com determinados produtos por meio do Marketing. 

A passividade diante da TV tira da criança a criatividade e a capacidade de se desenvolver de acordo com suas características. O que acontece é uma unificação de personalidades, com a ajuda de produtos alimentícios e brinquedos, que criam vontades únicas e estereótipos em nome do lucro empresarial. Sem contar que incentiva o agravamento do problema mundial da obesidade infantil com a venda de produtos com alto valor calórico. Outra triste constatação é a de erotização precoce das meninas, em que o roubo da infância se dá na quase obrigação de adquirir roupas de mulheres adultas, sapatos de salto alto e uso de batom.

Segundo pesquisa feita por Linn, a relação da criança com o produto é tamanha que ela quer ser de igual personalidade ao do boneco/boneca do desenho animado. O responsável pela criança sente a obrigação da compra do produto, sob o desejo de conseguir a felicidade do filho. Dessa forma, o conceito de felicidade deixa de ter referência nas relações humanas e passa a ser no objeto.

Por fim, Linn alerta que a única forma de combater o malefício da propaganda deve ter iniciativa dos pais. Estes devem se perguntar o que querem para seus filhos, se felicidades momentâneas e falsas ou algo há longo prazo que contribua criticamente e humanisticamente para uma boa educação e conhecimento de mundo. Outra alternativa não há, pois o mercado voltado ás crianças é cada vez mais lucrativo, sendo assim, sem previsão para acabar.

Link do vídeo com a palestra: http://2.forumcec.org.br/convidado/susan-linn/

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