quinta-feira, 7 de abril de 2011

Jornalista esportivo Juca Kfouri deu palestra na UFRN

(Foto:Caninde Soares)

“Sai de São Paulo e vi aquele lindo estádio, o Fielzão, e ao chegar a Natal vi também esta maravilha de Arena das Dunas”. Foi com esta ironia,que o jornalista esportivo Juca Kfouri abriu sua palestra Jornalismo, Esporte e Democracia  no auditório Otto de Brito Guerra, na Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde falou sobre Copa 2014, casos curiosos de sua carreira e temas polêmicos na última terça-feira (05).
(Foto:Geraldo Miranda)

Para sustentar sua opinião de que a Copa no Brasil é desnecessária,Kfouri lembrou do exemplo do Pan Americano do Rio de Janeiro em 2007. Na capital Fluminense, teve desvio de verbas e nenhum aproveitamento das estruturas que lá ficaram. Antes do evento as obras estavam orçadas em 600 milhões. Ao final da competição, descobriu-se que foi gasto quase quatro bilhões. “Alguém aqui acha que não vai haver desvio de verbas em uma Copa do Mundo, que requer mais complexidade que um Pan Americano e ainda feito em vários estados?”, provocou.
(Foto:Geraldo Miranda)

Juca lembrou antes do Pan, as autoridades responsáveis prometeram deixar dois legados para a população pós evento: primeiro o metrô que ia da Barra à Tijuca; o outro o complexo aquático Maria Lenk . “O resultado disso foi a não construção do metrô e um abandono das piscinas e equipamentos usados. Tudo isso para deixar as pessoas felizes por um mês, enquanto saúde e educação continuando a ser deixada de lado”, indignou-se.

Por isso, Kfouri não gosta da idéia da Copa por aqui. Segundo ele acontecerá a mesma coisa com os estádios em lugares que não tem tradição no futebol. “Com todo respeito, mas em Cuiabá não vai ter jogo de grande porte depois da copa. Está na cara que não só lá mas em outros lugares, esses estádios vão se tornar elefantes brancos”, disse. Ele defende que o Brasil deveria se mostrar ao mundo apenas em seus pontos turísticos, como no Rio de Janeiro e algumas cidades do Nordeste. Outro motivo, o principal dito por Kfouri é o político, mais especificamente dentro do futebol que é comandado por Ricardo Teixeira. 


Em outros países os esportes são comandados por ídolos do passado que entendem as necessidades dos atletas do presente. Na copa da França, teve Platini como chefe de comitê, na Alemanha Beckenbauer, no Brasil mais uma vez vamos ter Ricardo Teixeira,que tem sua filha de sobrenome Havelange como secretária de finanças. Só para lembrar, Ricardo Teixeira é genro do ex-presidente da FIFA João Havelange. Com o sobrenome forte da filha, Teixeira pretende manter o império.
(Foto:Fernando Amaral)

Mas nem toda a palestra foi uma maravilha. Polêmico como sempre, Juca Kfouri respondeu a algumas indagações da comunidade acadêmica como a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. “Eu sou a favor de qualquer diploma universitário, só não concordo com a obrigatoriedade”, disse. É bom lembrar que Juca Kfouri não disse isso a toa, pois sabe-se que ele não possui o diploma do curso de jornalismo, ele é formado em ciências sociais.A declaração foi uma das poucas que não agradou os estudantes presentes.

Antes da palestra, Juca Kfouri havia participado de um programa de entrevista com os alunos na TV Universitária. 

Sobre Juca Kfouri

José Carlos Amaral Kfouri é natural d São Paulo e nasceu no dia 4 de março de 1950. Ele é formado em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Juca Kfouri começou sua carreira no jornalismo nas revistas Placar e Playboy, foi comentarista do SBT, da rede Globo, da rede Cultura, da RedeTV e, atualmente, está na Rádio CBN e ESPN Brasil, além de ser colunista da Folha de São Paulo.

Um comentário:

  1. Muito bom, Leandro. Não pude ir pra palestra, então obrigada por relatar tudo aqui. :)

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