sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Vitória de um povo contra os abusos a eles mesmos



Quem dera que no Brasil fosse igual no Egito. Falo do povo, do senso crítico, da revolta, da vontade de mudança. Tudo bem que as circunstâncias são diferentes, nós felizmente não vivemos uma ditadura tão recente quanto os egípcios tiveram. Talvez por isso o povo desse país teve a iniciativa de derrubar o presidente Hosni Mubarak (82), no poder há mais de 30 anos.

No governo do Egito não tinha liberdade de imprensa, todo tipo de informação eram as oficiais, essas que nunca batiam com o que acontecia de fato. Há, por exemplo, desemprego e corrupção, o que nunca era exposto pelo governo. Como sabemos, imprensa governista é muito mais propagandiosa do que imprensa de fato, na sua habilidade de investigar e servir ao público.


As pessoas foram então às ruas durante 18 dias em várias cidades pedindo a saída de Mubarak, como numa revolta, todos unidos. A situação ficou insustentável para o ditador quando o mesmo disse que ia sair do governo, mas que seu vice ia assumir, gerando mais indignação ainda, ninguém queria mais o continuísmo. Foi conflito com as forças armadas, gente morrendo, passando fome, perdendo moradia...mas a vontade de mudança era maior.

Depois de ter sua situação insustentável, Mubarak renunciou, o povo venceu e agora se sente orgulhoso de si mesmo. "O Egito está livre! O Egito está livre!", gritaram.  Já o ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Mohammed ElBaradei disse viver o dia mais feliz de sua vida. "Esse é o melhor dia da minha vida. O país está livre depois de décadas de repressão", disse.

Para eles os parabéns pela iniciativa e que não se contente e fiscalize o próximo governo, que deve estar a serviço do povo como em toda democracia. Para nós, o exemplo da indignação com o poder vigente que não está cumprindo suas funções, o que no Brasil não é muito difícil de se ver. Não devemos ficar calados com a corrupção existente e com a nossa ditadura que passa por ideologias que estão a serviço dos profissionais da política. 

Será que os povos só tomam a atitude de se revoltar quando existe uma ditadura sangrenta?

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